<b>TRAMANDO</b> Sterblitch (centro) com Adnet (dir.) e Stepan Nercessian em cena de Os Penetras - ARIELA BUENO/DIVULGAÇÃO

A Arte do Golpe

A comédia Os Penetras explora o universo da trambicagem como meio de vida

Stella Rodrigues Publicado em 12/11/2012, às 14h40 - Atualizado às 14h42

Comédias românticas ou sexuais são os gêneros do cinema brasileiro com mais garantia de um público amplo. Mas, na comédia Os Penetras, o diretor Andrucha Waddington explora um subgénero diferente, o dos especialistas em trambicagem. Esse tipo de personagem ganhou um conjunto especial de características ao habitar o Rio de Janeiro – e se tornou um típico malandro da cidade.

Quando teve a ideia do projeto, há cinco anos, Waddington tinha em mente os dois atores mais em voga naquele momento: Rodrigo Santoro e Selton Mello. Agora que o projeto saiu do papel, seguiu a mesma linha, e com os protagonistas Marcelo Adnet (Marco) e Eduardo Sterblitch (Beto). Marco “é um cara que respira a rua, os traficantes, as prostitutas, os malandros, os bicheiros, os policiais, todo esse universo, é meio filho do lixão”, define Adnet. “Sobrevive de trambiques e contatos – e isso existe mesmo, é uma coisa muito carioca”, diz, fazendo ressalvas para não perpetuar estereótipos injustos sobre os habitantes do Rio. Porém, ao contrário de Waddington, Adnet acha que o filme não poderia se passar em outra cidade.

Já Beto é “lunático”, na definição do diretor. “Eles se unem pelo interesse de um e pela carência do outro”, explica. “Falamos de dois arquétipos da classe media jovem. Hoje o mundo está mais para os malandros do que para esse tipo de personagem”, analisa, falando do ingênuo, “mas o Edu o construiu de maneira muito crível”. Junta, a dupla passa por uma jornada de aprender o jeito de encarar a vida um do outro enquanto frequentam eventos para os quais não foram convidados.

Talvez pelo fato de Beto ser extremamente “chato! Fica falando perto, agarrando na blusa”, como diz Adnet, o filme gera um apego ao personagem. “É porque tem drama”, diz o diretor, lembrando-se dos conflitos internos de Marco, cuja consciência dá as caras eventualmente. “Sem drama você não torce pelos personagens, tem uma comédia fria.”

cinema comédia marcelo adnet Eduardo sterblitch andrucha waddington os penetras

Leia também

Andrea Bocelli ganha documentário sobre carreira e vida pessoal


Janis Joplin no Brasil: Apenas uma Beatnik de Volta à Estrada


Bonecos colecionáveis: 13 opções incríveis para presentear no Natal


Adicionados recentemente: 5 produções para assistir no Prime Video


As últimas confissões de Kurt Cobain [Arquivo RS]


Violões, ukuleles, guitarras e baixos: 12 instrumentos musicais que vão te conquistar