Mark Mothersbaugh, do Devo: o elo perdido do Sónar - Divulgação

Babel Musical

Diversidade dita o tom do festival espanhol Sónar

Erika Brandão Publicado em 01/07/2007, às 00h00 - Atualizado em 21/08/2007, às 10h30

Não se pode ir ao sónar - ou Festival de Música Avançada e Arte Multimídia de Barcelona - tentando encontrar um ponto comum que o defina. Pelo contrário: no evento, um dos mais conceituados da música contemporânea mundial, encontram-se núcleos artísticos diversos pulsando lado a lado, formando uma babel lingüística, musical e artística sem precedentes.

A edição deste ano, a 14ª da história, aconteceu de 14 a 16 de junho e contou com 421 artistas, 275 trabalhos, mais de 800 jornalistas e público total de 83 mil pessoas. Os eventos se espalharam pelo dia, quando os museus CCCB e MACBA abrigaram quatro palcos (com apresentações de artistas do mundo todo - com destaque para showcases da China, Japão e Finlândia, que devem ficar bem mais conhecidos daqui a um ou dois anos), uma feira de discos, uma feira editorial e uma mostra de cinema e arte multimídia; e durante a noite, quando o imenso espaço Fira Gran Via chegou a receber um público de 25 mil pessoas, que conferiram o que há de mais inovador na música atual do mundo todo.

Durante o "Sónar de Dia", as tardes quentes foram cenário de apresentações de atos variados, como os finlandeses Accu, que fizeram releituras rock-pop da disco music, ou o Nettle, que junta violino, violoncelo e batidas num concerto eletrônico às vezes beirando o erudito. Já o "Sónar de Noite" apresentou shows que foram do hip-hop dos Beastie Boys ao synth pop - e o retorno - do Devo, passando pelos sets de techno dos já quase residentes Richie Hawtin, Dave Clarke e Miss Kittin.

O Brasil teve um exemplo do que acontece anualmente em terras espanholas em 2004, com o evento multimídia Nokia Trends Apresenta SonarSound São Paulo, o qual não teve continuidade devido a problemas com o patrocinador. Uma pena, pois o público brasileiro se mostrou receptivo e preparado para receber o que o Sónar tem de melhor: atrações que prezam pela inovação e pela diversidade, e não apenas pelo hype.

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