Marcos Lauro Publicado em 09/01/2014, às 03h48 - Atualizado em 21/02/2014, às 18h51
Já faz quase dez anos que Babylon by Gus – Vol. I – O Ano do Macaco, primeiro trabalho de Gustavo Black Alien, foi lançado. Desde então, o ex-integrante do Planet Hemp não conseguiu mais compor e gravar um álbum completo. “Nesse tempo todo, eu trabalhei com diversos outros MCs, fiz cinema, fiz samba... mas eu não tinha nada pra dizer. Agora, tenho!”, afirma o Mister Niterói, como também é conhecido. Para dar vazão a esta década de palavras armazenadas, o rapper de 41 anos prepara o lançamento de dois discos para este ano: a continuação do debute solo e um EP de reggae com diversas participações.
Babylon by Gus – Vol. II – No Princípio Era o Verbo está previsto para abril e é mais do que um complemento ao lançamento de 2004. “O primeiro disco e a expectativa que ele criou me dão uma responsabilidade muito grande. Ali éramos eu e [o produtor Alexandre] Basa, uma coisa meio Paul e John. Agora ele é o produtor artístico e vai mexer nas bases que outros caras mandaram, como Projeto Nave e Papatinho [do ConeCrew Diretoria]”, revela Black Alien, que já tem oito letras prontas. “Fico muito bitolado em superar o primeiro disco, mas tenho que relaxar. Por isso vamos gravar numa casinha no litoral norte de São Paulo, longe da Babilônia, e num lugar secreto. Ninguém vai saber onde é.”
Houve tentativas de gravar anteriormente, mas algum percalço sempre parava o processo. Em uma delas, na semana em que o rapper SpeedyFreaks, parceiro de Black Alien, morreu assassinado, em 2010, o trabalho foi interrompido por motivos sobrenaturais: Alien e Basa sentiram que a casa onde trabalhavam era “malassombrada”, e por isso não deram continuidade ao disco. “Levamos padre e pai de santo, mas não teve jeito”, afirma, garantindo que a casa onde o Vol. II será gravado está livre desse tipo de problema.
Black Alien sempre teve uma vocação autodestrutiva – e escapou de momentos críticos graças a amigos dispostos a ajudá-lo a voltar à música. “Eu estava em casa tendo um princípio de overdose e [o ator e rapper] André Ramiro chegou para me salvar”, relembra. “Depois, ele me deu de presente uma Bíblia protestante. Aquele livro me ajudou muito.” O subtítulo do novo disco saiu do primeiro versículo do livro de João, no Novo Testamento, da Bíblia. “Meu problema com as drogas é público e eu posso ajudar nessa questão, posso dar meu exemplo de superação e força de vontade. Eu já tentei me matar, já enchi o carrinho do supermercado de álcool e fui beber tudo, estilo Nicolas Cage [no filme Despedida em Las Vegas]”, ele relembra. “Mas sempre fui pra reabilitação por livre e espontânea vontade. Não quero mais ser Nicolas Cage.”
O outro disco que Black Alien prepara atualmente está planejado para sair no segundo semestre de 2014: chamado Palavras do Terceiro Mundo, o EP de reggae deverá ter convidados. “Tenho falado com a M.I.A., Seu Jorge e Manu Chão, e eles vão participar”, promete. “A Marisa Monte se convidou, mas eu tenho que preparar uma base que tenha a ver com ela, se não eu nem apresento. É muita responsabilidade!”
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