Damon Albarn comenta o retorno do Blur, David Cameron e Donald Trump
SIMON VOZICK-LEVINSON
Publicado em 11/11/2015, às 17h21 - Atualizado às 17h35O Blur foi uma das bandas mais populares dos anos 1990 – em todo lugar exceto nos Estados Unidos, onde a maioria dos ouvintes os conhece como os caras do “woo-hoo!” graças ao único hit deles no país, “Song 2” (1997). O líder Damon Albarn comenta o misto de amor e ódio que sente em relação à volta com os antigos companheiros de banda e os planos para um novo álbum do Gorillaz, seu projeto mais bem-sucedido fora do Blur.
2015 marca o 20º aniversário da “Batalha do Britpop”, quando Blur e Oasis eram arquirrivais. Você acha que toda aquela competição foi boa para a música?
Foi certamente muito divertido. Usamos o fantasma da década de 1960 para cobrir o esqueleto da era moderna. Foi uma transformação estranha, um tempo de protótipos interessantes.
Você e Noel Gallagher fizeram as pazes, certo? Costumam se encontrar?
Sim, às vezes. Sempre gostei da companhia dele, é um cara hilário.
Seu musical sobre Alice no País das Maravilhas, Wonderland, estreará em Londres no fim de novembro. O que o atraiu nesse material?
Alice no País das Maravilhas me apavorava quando eu era garoto. Fiquei muito perturbado com a Duquesa, ela aparecia nos meus pesadelos. O musical trata mais sobre identidade: é muito fácil ter váriasidentidades, ser meio que passivamente esquizofrênico o tempo todo, por causa das redes sociais.
Você gosta de tocar com o Blur agora?
Ainda tento fugir disso como o diabo da cruz, para ser sincero, mas algo esquisito acontece assim que subo ao palco: me divirto muito. E, assim que saímos dele, digo: “Nunca mais”.
Em que mais você está trabalhando?
Estou iniciando um novo disco do Gorillaz. Até agora, está indo rápido e tenho bastante energia. Estou preso ao piano há anos. Quero o oposto disso.
O que você faz com seu tempo livre?
Se há um jogo de futebol, eu vou ver. Nesta semana, vou à Dismaland [instalação do artista Banksy que parodia a Disneylândia] para encontrar algumas pessoas.
O que você acha da história do livro [do empresário e político Michael Ashcroft] que alega que o primeiroministro britânico, David Cameron, “fez sexo” com um porco morto na época da faculdade?
Não confio nesses políticos, mas Cameron é mais legal agora do que antes de ter admitido que fumou maconha – isso não o prejudicou, né?
E quanto aos políticos norte-americanos? Você tem alguma opinião sobre Donald Trump?
Hum. Talvez a gente consiga fazê-lo cantar “Parklife” conosco!