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Na vida pelo poder de compra, é a música que sai perdendo

Miguel Sokol | Ilustração: Gabriel Góes Publicado em 13/05/2015, às 14h24 - Atualizado às 14h35

A situação não está fácil para ninguém, nem para os astros do rock. Não se jogam mais Rolls-Royces de US$ 50 mil na piscina como antigamente

jogou Keith Moon, falecido baterista do The Who. A vaca está indo para o brejo desde que uns garotos implodiram a indústria fonográfica desenvolvendo o Napster, em 1999.

De lá para cá o poder de compra, digo, o poder de extravagância dos artistas vem caindo vertiginosamente, tanto que vários já tentaram resolver seu probleminha financeiro e, de quebra, o problemão da indústria. Teve o Radiohead apelando para o nosso coração, ao deixar a cargo de cada um decidir quanto pagar por um disco da banda. Teve o Neil Young tentando nos seduzir com o seu Pono, um aparelho que reproduz arquivos de qualidade superior aos famosos MP3 players, desde que você pague (caro) pelo download — e pelo aparelho. Teve o U2, que apostou na bondade como jogada de marketing e deu seu disco de graça até para quem não queria. E teve a Taylor Swift, que, depois de ver a bondade do U2 fracassar, apostou na maldade, mesmo, retirou suas músicas do Spotify e declarou que, se quisessem escutá-las, que pagassem por cada uma elas. Taylor foi além, registrou trechos de suas letras, lampejos de sabedoria tão profundos e originais quanto “this sick beat”, só para poder cobrar uns trocados

pelo uso em canecas, chaveiros e toda sorte de bugigangas.

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