Redação Publicado em 20/08/2013, às 14h14 - Atualizado às 14h58
Benzino, um rapper sem muito sucesso de Boston, teve grande influência na revista The Source, da qual foi um dos sócios. Em 1999, ele promoveu o disco do projeto Made Men com uma página inteira na revista e uma resenha generosa. Benzino usou a publicação também para atacar com acusações de preconceito racial Eminem, que respondeu com canções como “Nail in the Coffin” e “The Sauce”, na qual divertiu-se ao imaginar um excluído Benzino. A briga continuou por um tempo, mas Benzino caiu em esquecimento enquanto Eminem continuou a ser Eminem.
A guerra das Roxannes: uma série de músicas no meio dos anos 80. Tudo começou quando o grupo de rap UTFO não apareceu em um evento radiofônico. Eles tinham uma canção popular de nome “Roxanne, Roxanne”, sobre uma mulher fictícia que não respondia ligações telefônicas. A ausência no evento causou reação de uma menina de 14 anos, Lolita Shanté Gooden, que adotou o nome Roxanne Shanté – ela gravou a música “Roxanne's Revenge” e vendeu 250 mil cópias. UTFO chamou uma outra menina para fazer o papel de “The Real Roxanne” e responder Shanté.
Lá pelo ano de 2007, Kanye West e 50 Cent disputavam o título de maior nome do hip-hop, e inclusive desta forma se encararam em uma célebre capa da Rolling Stone EUA. Graduation, de Kanye, vendeu 957 mil cópias na semana de estreia e deixou em segundo lugar o álbum Curtis, do rival, que estreou na mesma semana com apenas 650 mil cópias vendidas. Recentemente, 50 Cent ficou para trás na disputa – vendeu 160 mil cópias na semana de estreia de seu recente Street King Immortal, enquanto Kanye vendeu quase 400 mil no mesmo período de Yeezus, mas as declarações nada amigáveis entre eles não têm previsão de terminarem.
Em uma faixa de 1999 de Lil Cease, Lil Kim participou com palavras nada agradáveis que aparentemente não tinham destinatário específico, mas Puff Daddy logo após entra e diz: “Parem de tentar soar como ela”. A mensagem foi interpretada como uma indireta para Foxy Brown, que respondeu de forma agressiva em “Bang Bang”, de Capone-N-Noreaga. A guerra verbal nunca teve fim e chegou ao auge quando tiros foram disparados nas proximidades da emissora de rádio nova-iorquina Hot 97 (aquele quarteirão hoje tem câmeras de segurança por causa do incidente). Recentemente, quando Nicki Minaj e Kim trocaram ofensas, Foxy deixou claro que estava do lado de Nicki.
Conhecida como uma das melhores batalhas de letras, começou em 1997 quando, na faixa “4, 3, 2, 1” de LL Cool J, Canibus disse “Hey L, é um microfone no seu braço? Me empresta isso”, em referência à famosa tatuagem de LL, mas o rapper não demonstrou muito senso de humor e na mesma música respondeu: “O símbolo no meu braço não está ao alcance de meus adversários”. Canibus então levou a sério e gravou “Second Round KO”, que trouxe Mike Tyson para nocautear LL metaforicamente. A resposta até veio com “Ripper Strikes Back”, mas a disputa já havia esfriado.
N.W.A invadiu a MTV com visuais inusitados e muita atitude. Rapidamente o grupo se tornou um fenômeno e alcançou uma audiência inesperada. Mesmo assim, simplesmente não conseguiram faturar. Assinaram um contrato ruim com Eazy E e o empresário Jerry Heller levou grande parte do dinheiro. Ice Cube resolveu então sair do grupo e buscar o caminho próprio. Os que ficaram não gostaram e xingaram publicamente o ex-companheiro. Cube então resolveu a situação com “No Vaseline”, na qual não poupou palavras a quem ficou no NWA e a Eazy-E.
Recentemente foram comemorados os 40 anos do início do hip-hop, no Bronx, mas em 1985 as origens não eram tão claras. O grupo Juice Crew, do Queens, lançou “The Bridge”, que foi compreendida pelo produtor KRS-One e seu coletivo, Boogie Down Productions (BDP), como um argumento de que o hip-hop teria começado no Queens – quase uma ofensa! A briga então espalhou-se por letras na época como “South Bronx”, do BDP, e “Kill That Noise”, do MC Shan, do Juice Crew. Mas o final foi feliz: em 2007, KRS-One gravou com Marley Marl, do grupo rival, a faixa “Hip Hop Lives”.
A disputa mais notável é também a mais triste. Isto porque foi longe demais, e por isso nunca será a melhor. Notorious B.I.G. e Tupac Shakur começaram como amigos, mas rumores na mídia estragaram tudo. Em 1994, 2Pac foi baleado enquanto saia de um estúdio em Nova York, e afirmou que Biggie e Puffy foram os responsáveis. Pac juntou as peças e argumentou sua teoria na faixa “Hit Em Up”, em que começava afirmando “eu não tenho amigos”. A mídia esquentou a disputa entre os rappers da costa Oeste e da costa Leste dos Estados Unidos, sem pensar nas consequências. Tupac morreu baleado em 1996, e o mesmo ocorreu com Biggie seis meses mais tarde. Nenhum dos assassinatos foi resolvido até hoje.
As coisas podem desabar rapidamente. Ja Rule estava no topo no final dos anos 90, quando era presença certa nas rádios. As histórias são um tanto quanto imprecisas, mas rumores dizem que tudo começou quando 50 Cent tentou roubar uma joia de Ja Rule, ou quando tiveram um desentendimento durante a gravação de um clipe. 50 foi esfaqueado em uma boate de Nova York, em 2000. Ele sobreviveu, e dedicou-se a acabar com a carreira do rival com faixas como “Life's on the Line”, “I Smell Pussy” e até a piada “Ja Rule Duets”, que brinca com os versos do adversário em faixas pop. Recebeu resposta não tão eficaz em faixas como “Blood in My Eye”. Ja Rule até tentou um tratado de paz, mas já era tarde demais e não incomodava mais o rival.
A melhor briga de todos os tempos entre rappers foi culpa de um terceiro, Memphis Bleek. Em “My Mind Right”, de 2000, ele faz críticas nas entrelinhas a Nas, que respondeu tanto a ele quanto a Jay-Z, também nas entrelinhas de seus lançamentos na época. Em 2001, Hov chamou Nas de tudo quanto é coisa em “The Takeover” e dissecou todo o catálogo do rival. Nas respondeu à altura em “Ether”, que chegou a ser considerada pelos ouvintes da rádio Hot97 a vencedora da briga. Hoje em dia, os dois são amigos e já gravaram juntos algumas vezes depois de acabar com a disputa ao dividirem palco no show “I Declare War”, de 2005.
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