Fã de Seu Jorge, a britânica Rhona Mitra cuida da carreira de atriz fugindo do papel de “bobinha”
Redação Publicado em 10/09/2014, às 15h12 - Atualizado às 15h18
Rhona Mitra ganhou fama interpretando personagens duronas em filmes de ação, mas a voz suave e o visual delicado que exibe mais fazem referência à primeira carreira dela. Nos anos 1990, a atriz viajou o mundo com um coral e chegou a
gravar dois álbuns. “Música é minha religião; ouço de jazz a afro-funk brasileiro.” Rhona é fã incondicional de Seu Jorge. “Viajamos juntos de ônibus para o festival Coachella e ele me contou sobre a vida dele”, ela relembra. “É o cara mais incrível que já conheci.” A britânica deixou de lado a veia musical e agora se liberta da adrenalina pulsante dos filmes que fez anteriormente, como Juízo Final (2008) e Anjos da Noite 3: A Rebelião (2009). Em The Last Ship (TNT), no papel da doutora Rachel Scott, o inimigo a ser combatido é um vírus. Curiosamente, a atriz pesquisou sobre virologia anos atrás, quando sofreu uma reação alérgica a uma vacina. “Fiquei meio radical, me desfiz de quase tudo na minha casa”, conta. Depois do episódio, ela foi morar em um chalé de um cômodo nas montanhas, no interior da Inglaterra. Quando questionada se gostaria de ter personagens mais frágeis, ela se contorce: “Não, pelo amor de Deus, por que eu iria querer isso?”. O jeito espevitado, que mascara os 38 anos de Rhona, acompanha um temperamento forte que vem desde a infância. Aos 8 anos, os pais dela se separaram e a enviaram para internatos. Foi expulsa de dois. “Nunca fui boa em seguir regras”, resume. “Sou autossuficiente. Talvez por isso não tenha marido, filhos e ocupe o tempo com meus cachorros.” Nos anos 2000, Rhona entrou para rankings das mulheres mais sexy do mundo – na época, serviu de modelo para a personagem Lara Croft, da franquia de games Tomb Raider. Mas quando ouve o termo “sex symbol” hoje, dá uma leve bufada. “Eu odiava tudo aquilo!”, ela garante. “Esses elogios – sexy, linda – não significam nada, são um grande clichê. Você se sente vazia por dentro.”
A grande inspiração da artista é o pai, Anthony, cirurgião plástico especializado em reconstruções. O trabalho dele com feridos de guerra gerou na filha “uma noção clara sobre autoimagem e os limites da vaidade” – especialmente dentro do contexto de uma indústria que constantemente pressiona mulheres na direção do bisturi. “Em Hollywood sua aparência é criticada o tempo todo. Você é tratada como um produto”, desabafa. Mas ela sempre se manteve firme diante desse panorama. “É preciso saber a hora de abrir mão. Ou, no meu caso, de fugir para as montanhas.”
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