Rolling Stones se preparam para a esperada turnê comemorativa de 50 anos, mas os músicos só estarão prontos mesmo em 2013
Patrick Doyle/ Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 13/04/2012, às 15h34 - Atualizado em 16/04/2012, às 11h11
A turnê de comemoração dos 50 anos de carreira dos Rolling Stones não ocorrerá neste ano, conforme a Rolling Stone apurou por meio de entrevistas concedidas separadamente por Mick Jagger e Keith Richards. “Basicamente, não estamos prontos”, diz o guitarrista. A nova meta é 2013. “Sinto que é um prazo mais realista”, ele acrescenta. Mas pessoas ligadas à banda dizem que uma das razões para o adiamento é a saúde de Richards, que tem levantado dúvidas quanto à capacidade dele de suportar o ritmo de uma turnê mundial. A qualidade das performances do guitarrista entrou em declínio depois que ele sofreu um ferimento na cabeça durante suas férias em Fiji, em abril de 2006, no meio da Bigger Bang Tour. Depois da turnê, Richards largou a guitarra completamente.
Uma fonte do alto escalão do ramo de shows confirma as ressalvas quanto à condição do músico. “Eles não querem fazer uma turnê completa”, diz. “Não querem viajar, e há a preocupação com a saúde de Keith.” Um cenário mais plausível seria a banda fazendo vários shows no mesmo lugar, uma ideia parecida com as recentes passagens de Prince por Nova York e Los Angeles. “Eles fariam dez noites no Madison Square Garden [em Nova York], dez no Staples [em Los Angeles], dez na O2 Arena em Londres”, complementa a fonte. Os Stones já estão avaliando as ofertas: a banda solicitou propostas das promotoras AEG, Live Nation e do promotor e parceiro de longa data, Michael Cohl. “Estamos examinando essa nova proposta”, diz a fonte.
A notícia surge depois de a banda se reunir em um estúdio londrino, em dezembro, onde tocou junta pela primeira vez desde a noite final da maratona de dois anos que foi a Bigger Bang, em agosto de 2007. Tornando a ocasião ainda mais especial, o ex-baixista Bill Wyman tocou com eles pela primeira vez desde que deixou o grupo, em 1992. “Tocamos muito blues, faixas que ficaram de fora de Some Girls e coisas assim”, diz Jagger. “Foi muito bom.” Richards complementa: “Foi uma sessão de volta às raízes, ao básico. Houve muito improviso. No terceiro dia, Mick apareceu, o que foi muito legal. Porque eu arquitetei tudo para funcionar como se fosse um ímã mesmo, sabe?” Depois de um dos mais longos períodos de inatividade da carreira dos Stones, o grupo está voltando para uma série de projetos – que incluem os shows em 2013, novas gravações e um grande documentário. “Encontrei com Mick no sábado”, diz Richards. “Ele também vai morar em Nova York por um tempo, por isso estamos planejando retomar as coisas.” O guitarrista acrescenta que a banda começará os ensaios para novas sessões de estúdio neste mês. “Vamos juntar os rapazes de novo e aí ver se gravamos algo”, ele diz.
Richards pareceu saudável e jovial quando tocou com Eric Clapton no show em memória à lenda do blues Hubert Sumlin, em 24 de fevereiro, no Apollo Theater, em Nova York. Três dias antes, Jagger provou que estava preparado para uma possível turnê ao se apresentar para o presidente norte-americano Barack Obama na Casa Branca. “Foi muito divertido”, ele conta. “Tenho tocado guitarra e cantado, tentando entrar em forma. Não dá pra ir até lá e simplesmente tocar. Se você está jogando um campeonato de futebol americano, tem de treinar. Me sinto confiante. Não quero soar metido, mas é apenas parte do que você faz. Se você se prepara, ganha o direito de se gabar.”
Nesse meio-tempo, os fãs terão uma dose de Rolling Stones com o vindouro documentário – de lançamento previsto para setembro – que traçará os 50 anos de jornada da banda, cheio de imagens e músicas inéditas. “Ninguém nunca colocou a história deles em forma de narrativa”, diz o diretor do filme, Brett Morgen. “Temos fuçado em cada canto dos arquivos deles. Teremos músicas jamais ouvidas e, até agora, já conduzi mais de 50 horas de entrevistas. Quando tivermos terminado, teremos as maiores entrevistas em grupo que eles já fizeram.” Richards diz: “Ele me disse que 80% das imagens são inéditas, o que me espanta. Eu nem sabia que havia tudo isso”.
Apesar do adiamento da turnê, a banda ainda está empolgada por ter voltado a se reunir com Wyman. “Estamos em contato de novo, o que é ótimo, porque não conversamos por anos”, diz o guitarrista. Será que o baixista voltará a se juntar ao grupo em 2013? “Acho que ele está a fim”, diz Richards. “Falamos a respeito. Conto quando soubermos.” E Richards lembra que o ano que vem também funciona como comemoração para o aniversário. “Os Stones sempre consideraram o ano de 1963 como o começo de tudo, porque Charlie [Watts] só entrou na banda em janeiro”, argumenta. “Vemos 1962 como o ano da concepção, mas o nascimento foi no ano seguinte.”
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