Em 1977, uma rusga entre a banda e a Rolling Stone foi resolvida com uma partida de softbol disputada diante de uma plateia cheia de astros
Andy Greene Publicado em 22/06/2017, às 12h49 - Atualizado em 11/08/2017, às 19h31
Tudo começou com uma única frase na Rolling Stone de 8 de setembro de 1977. Escondido em um texto sobre o novo álbum solo do guitarrista, tecladista e vocalista Joe Walsh, havia o seguinte trecho, escrito por Charles M. Young: “O restante do Eagles, em suas primeiras férias em três anos, parece mais interessado em encontrar um time de softbol que possa derrotar – depois de perder, nas últimas semanas, para equipes formadas por Andrew Gold, Jimmy Buffett, funcionários de diversas estações de rádio de São Francisco e sua própria equipe de turnê”.
O vocalista e guitarrista Glenn Frey deu uma resposta na revista: “O que você não mencionou é que o Eagles venceu duas de três partidas contra Jimmy Bu¬ffett”, escreveu. “Toda vez que vocês, que trabalham sentados e com a caneta na mão, quiserem calçar as chuteiras, serão arrasados também.” O desafio foi aceito imediatamente.
Ao longo dos anos, os Eagles tiveram uma relação positiva, na maior parte do tempo, com a revista, mas a banda frequentemente se via em um lado desfavorável, às vezes na própria Rolling Stone (“Os Eagles não demonstram uma graça atlética – quando muito, perambulam”, dizia uma resenha de um show de 1977). O jogo de softbol era uma chance de igualar o placar.
A partida seria disputada em maio de 1978 no Dedeaux Field, no campus da University of Southern California, com o time perdedor doando US$ 5 mil à Unicef. O editor e Publisher da Rolling Stone, Jann S. Wenner, mandou seu time – formado por redatores e editores como Young, Cameron Crowe e Ben Fong-Torres e batizado de Gonzos – de avião, saindo de Nova York. Quando eles apareceram em campo, viram que o Eagles tinha lotado as arquibancadas com fãs empolgados e amigos como Chevy Chase, Joni Mitchell e o governador da Califórnia, Jerry Brown. “Senti que estava entrando no Coliseu romano e prestes a ser devorado pelos leões”, contou Young, que morreu em 2014.
A tensão começou antes mesmo do jogo, porque o Eagles tinha chegado usando chuteiras com travas de metal. “Alguém pode se machucar”, Wenner gritou para o empresário da banda, Irving Azo¬ . “Que emocionante”, zombou Azo¬ . “Seus redatores já pensaram nisso?”
O jogo não foi exatamente nivelado. Os Gonzos conseguiram fazer o arremessador Don Henley correr oito vezes, mas os mais experientes Eagles tiveram uma vitória fácil, por 15 a 8. “No final, foram os erros que custaram a partida à RS”, Henley e Frey escreveram na revista algumas semanas depois. “O primeiro deles foi chamar os Eagles de fracotes naquele texto.”
Depois, os times fizeram as pazes no restaurante Dan Tana’s. Young escreveu o perfil definitivo sobre o Eagles no ano seguinte. “Apesar das possíveis diferenças em opiniões musicais que eu e Chuck Young tenhamos”, lembrou Frey, que morreu em 2016, “quando o jogo acabou, ele disse: ‘Ei, vocês não são fracotes’”.
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