<b>SUSTENTÁVEL</b> Para Eduardo Fischer, a mensagem é mais importante do que a parte musical do SWU - F. Bitão

Eduardo Fischer

Organizador do movimento SWU explica a escalação e os preços do festival

Por Paulo Terron Publicado em 08/10/2010, às 14h37

"É um festival democrático", diz Eduardo Fischer, idealizador do SWU Music + Arts, evento que faz parte do que ele define como "um movimento de conscientização pela sustentabilidade", o Starts With You. O projeto envolve, além do festival, uma campanha que propõe a defesa de qualquer colaboração consciente pela preservação ambiental.

A democracia foi usada por Fischer para justificar a escalação de artistas, que junta Jota Quest, Linkin Park, Pixies e Capital Inicial. "Quando anunciamos o pop rock brasileiro, veio paulada de todos os lados", conta, sorrindo. "Aí anunciamos o Cavalera Conspiracy e elogiaram - e os fãs do Capital e do Jota podem não ter gostado. Isso é música, né?"

SAIBA MAIS sobre a estrutura do SWU e veja como chegar ao evento.

CONFIRA o line-up completo do festival.

Qual é a diferença entre o movimento e o festival?

Não tem diferença nenhuma, porque o festival faz parte do movimento. Existem três ou quatro coisas com as quais o mundo está superpreocupado. A primeira, sem dúvida alguma, é a sustentabilidade - que não é uma preocupação só desse consumidor, mas uma preocupação das empresas, dos políticos, do planeta inteiro. Juntamos a sustentabilidade, as redes sociais, a internet, a música e o entretenimento em uma plataforma só - que apelidamos de SWU, que nada mais é que a sigla em inglês de "começa com você", Starts With You. O SWU, na verdade, é um grande movimento de conscientização da sustentabilidade, porque a gente percebeu que todo mundo é a fim de ajudar o planeta. Para isso, nada melhor do que a gente sabe fazer: publicidade. Quatro meses depois que o movimento existir, vamos celebrar a sua mudança [de comportamento em relação à sutentabilidade]? Daí o festival vem para celebrar essa sua mudança. Por que um festival? É uma experiência completamente inédita no Brasil, nunca se teve um festival ao nível de Coachella, Glastonbury. E completamente democrático - por isso que se chama SWU Music & Arts Festival. Aqui não está escrito heavy metal, não está escrito rock and roll, hip-hop. Está escrito o quê? Music. A democracia é o regime mais difícil do mundo. O maior headline é a experiência que você vai ter com este festival.

Mas como convencer as pessoas disso?

Quando alguém vai para o Glastonbury, nem quer saber quem vai tocar . Quem vai estar lá? Não sei, mas [o que importa é] estar lá três dias: paquerar, cantar, dançar, dormir, comer. Isso é o que estamos lançando aqui. Como eu vou convencer? Vamos começar a vender esse conceito do festival. Agora, na boa, como você vai aprender isso? Indo lá. Por que o pessoal do Glastonbury não quer nem saber da escalação? Porque eles estão lá vivendo uma cultura. E uma cultura se cria como? Exercitando. Mas é pela sua experiência [que se consegue]. Não adianta você passar por lá e contar par a o seu amigo, não vai adiantar. Se ele não viveu aquilo, não adianta. Isso é aos poucos.

Você bate bastante a tecla da democracia. Mas, quando os preços das entradas foram anunciados, as pessoas ficaram nervosas como preço da área VIP. Qual a justificativa para esse preço?

Como eu viajo muito, vou a shows lá fora. Eu tenho essa oportunidade, estou sempre viajando. Gosto de ir lá porque se aprende pra caramba. Se você vai a um show do Pearl Jam, tem entradas de US$ 100, US$ 500, US$ 2mil. A maioria é de US$100 a US$ 2 mil. Eu não estou falando de cambista. Aqui, os caras pegaram o preço máximo: R$ 640! Esse preço não é para nem 10% do público. Para 90%, preço médio era R$240. Por que não falaram do R$ 120 [valor da entrada para estudantes, na pista comum]? Essa é a pergunta que eu faço. Se você acha que R$ 240 é um preço caro para 30 atrações por dia... Ou nós estamos errados, ou está errada uma atração no Morumbi por R$ 300. Então, eu não entendo. Acho que houve um mal entendido enorme.

As pessoas ficam preocupadas com a área VIP porque ela, normalmente, deixa quem está na pista comum bem mais afastado do palco.

Eu estou te garantindo que isso aqui não vai ser assim. Isso aqui é um compromisso nosso também. Ao contrário do que alguns estão falando aí, não tem nada de ganância. Se der para ganhar [dinheiro com o evento], vai ser ótimo. Mas meu maior ganho é se a gente conseguir construir essa grande plataforma.

O quão garantido está o festival do ano que vem?

O foco é neste ano. Vamos garantir o deste ano primeiro.

É possível que o SWU faça outros eventos menores, em São Paulo?

É possível, e é possível que aconteça, quem sabe, neste ano.

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