Músico inglês segue como um dos grandes compositores da música pop
Redação Publicado em 24/03/2017, às 10h51 - Atualizado às 10h52
Em Tumbleweed Connection, Elton John investiu no interesse pela música de raiz norte-americana. O álbum foi bastante influenciado pelo resgate que o grupo canadense The Band estava fazendo deste tipo de som na época. Um dos pontos altos deste LP clássico é a power ballad "Amoreena", na qual o cantor força um sotaque sulista dos Estados Unidos. A faixa toca no início do filme Um Dia de Cão (1974).
Além do sucesso crescente na Inglaterra, Elton John também começava a conquistar espaço nos Estados Unidos. "Friends", tema do filme homônimo, foi o terceiro hit dele na América do Norte e até chegou ao Top 40. Mas a canção, de alguma forma, foi esquecida ao longo dos anos. As rádios praticamente não a tocam, o artista nunca mais a incluiu em suas apresentações e a música dificilmente aparece em coletâneas. Uma pena, já que é uma das mais sensíveis composições de John e Bernie Taupin.
O lado B do single contendo o hit "Goodbye Yellow Brick Road" foi esse rock malcriado em que John canta com muita verve. O problema é que os radialistas encrencaram com o título (algo como "vá se danar") e a música não foi executada pelas emissoras. Mas quem comprou o compacto e tocou o outro lado dele se surpreendeu com o furioso ataque sonoro de John e a letra de Bernie Taupin, um manifesto de pura rebeldia.
Uma das mais intrigantes faixas de Goodbye Yellow Brick Road, "The Ballad of Danny Bailey (1909–34)" começa com Elton John tocando alguns acordes da "Marcha Fúnebre". Todo esse clima soturno é criado para contar a triste saga de Danny Bailey, um jovem que viveu na era dos gângsteres, entrou para o mundo do crime e acabou assassinado. Destaque para o final, um longo trecho instrumental com o cintilante arranjo de Del Newman.
Em "Someone Saved My Life Tonight", de Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (1975), John conta um fato real da vida dele: deprimido, afundado na bebida, ele quase se matou. Os conselhos do amigo e mentor Long John Baldry o salvaram, como indica o título. Já em "Someone’s Final Song", de Blue Moves, ele foi mais direto: a triste balada, com harmonias vocais no estilo Beach Boys, efetivamente narra um suicídio. Ela fala de uma pessoa que se mata e deixa um bilhete para a família.
No começo da década de 1980, quase ninguém escapou do technop e Elton John também fez uma ou outra faixa no estilo. "I Am Your Robot", incluída em Jump Up!, é cheia de efeitos computadorizados e tem uma letra futurista. A canção prova que, mesmo pegando carona na onda criada por outros, Elton John ainda conseguia fazer as coisas do jeito dele, e de uma forma brilhante.
A década de 1980 foi uma época estranha para Elton John. Ele experimentou vários estilos e formatos. "Wrap Her Up”, single retirado do álbum Ice on Fire, coloca John ao lado do discípulo George Michael. Nesta divertida e dançante canção, a dupla faz uma ode às mulheres de todas as nacionalidades.
Elton John começou tocando blues na década de 1960. Mas ele admirava muito Paul McCartney e Brian Wilson e herdou de ambos os dotes de supremo criador de melodias. Em 1988, John homenageou o líder dos Beach Boys em "Since God Invented Girls", faixa do álbum Reg Strikes Back. A canção emula as harmonias vocais da banda da Califórnia e a letra diz: "Agora eu sei o que Brian Wilson queria dizer/Quando eu saio na ruas e vejo o que os céus nos enviaram".
Freddie Mercury era amigo pessoal de Elton John. Quando o frontman do Queen morreu de aids em 1991, John ficou devastado. Ele e o letrista Bernie Taupin começaram a pensar na tragédia. A partir daí, "The Last Song" foi desenvolvida e depois entrou para o sólido álbum The One. Mas a música acabou não sendo especificamente sobre Mercury. Ryan White, um rapaz que contraiu o vírus através de transfusão de sangue e morreu em 1990, também foi umas das inspirações. "The Last Song" fala sobre perda e é uma das mais pungentes canções de Elton John.
Considerado o melhor trabalho de Elton John destas últimas duas décadas, Songs From the West Coast tem faixas comerciais como os singles “I Want Love” e “This Train Don’t Stop There Any More”, mas também apresenta canções mais sérias. "American Triangle" é uma delas. A composição conta a história real de Mark Shepard, um jovem que foi assassinado na década de 1980, vitima de homofobia. John e Taupin pintam o retrato de um subúrbio sombrio que, por trás de uma aparente placidez, é repleto de intolerância e ignorância.
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