Redação Publicado em 16/08/2017, às 14h13
“That’s Someone You Never Forget”
Elvis nunca se recuperou da morte da mãe, Gladys, ocorrida em 14 de agosto de 1958. Red West, amigo do cantor e que mais tarde virou guarda-costas dele, também era compositor ocasional, e conhecia Gladys muito bem. Ele era o confidente do cantor quando o astro queria desabafar sobre a perda. Um dia, Elvis falou que Gladys era “alguém que ele nunca esqueceria”. Com isso na cabeça, West escreveu esta canção, que Elvis gravou em 1962 de forma emotiva. Foi incluída no álbum Pot Luck. É pouco conhecida, mas se mostra muito significativa no universo particular de Elvis.
“You'll Be Gone”
Com sonoridade latina, a passional “You'll Be Gone”, gravada em 1962, foi possivelmente a única música que Elvis realmente compôs em sua vida. Ele trabalhou na melodia (baseada em “Begin The Beguine”, de Cole Porter) e na letra. Depois, pediu para os amigos Charlie Hodge e Red West ajudarem a refinar a canção. Elvis ficou envergonhado com o resultado, mas, após alguma pressão, gravou a faixa. “You'll Be Gone” agora é um dos pontos altos das apresentações de Morrissey, que a recuperou com grande fidelidade.
“Almost in Love”
No final dos anos 1960, Elvis pretendia renovar o som que vinha fazendo. A bossa nova ainda estava em alta e assim foi pedido ao brasileiro Luiz Bonfá, que na época estava morando e trabalhando nos Estados Unidos, que escrevesse uma melodia para o Rei. A canção ganhou letra de Randy Starr e foi incluída na trilha do filme Ame um Pouquinho, Viva um Pouquinho (1968). Até hoje “Almost in Love” serve como um elo entre o universo de Elvis e os fãs brasileiros.
Na metade de 1968, o cantor gravou um especial de TV para a rede NBC chamado apenas Elvis, mas que hoje todos conhecem como The 68 Comeback Special. Nele, Elvis recordou alguns antigos hits e cantou algumas canções novas. Poucas semanas antes da gravação, o Dr. Martin Luther King havia sido assassinado em Memphis, cidade onde morava o cantor. Para encerrar o especial, Elvis e o diretor Steve Binder queriam algo de impacto. Walter Earl Brown então escreveu “If I Can Dream”, baseada no discurso “Eu Tenho um Sonho”, de King. Todo de branco, meio em transe e quase rouco, Elvis interpretou como se a vida dele dependesse daquilo – o que de certa forma, era verdade. Foi um encerramento de tirar o fôlego. O show foi ar no dia 3 de dezembro e bateu recordes de audiência.
“I’m So Lonesome I Could Cry”
Hank Williams (1923-1953) foi provavelmente o mais influente cantor e compositor da música country. A trajetória trágica e furiosa dele ajudou a formatar o estilo de vida do rock and roll. Elvis era fã de Williams e gostava de cantar as músicas dele informalmente. No começo de 1973, quando gravou o show Aloha From Hawai, Elvis estava deprimido devido a seu divórcio, ocorrido no ano anterior. Na apresentação, sem avisar, ele resolver cantar “I’m So Lonesome I Could Cry”. A triste canção refletia bem o estado emocional pelo qual ele passava.
Red West sabia que Elvis estava amargurado devido ao impendente divórcio e escreveu para ele, ao lado do parceiro Richard Mainegra, “Separate Ways”, uma carta aberta a Priscila e à filha do casal, Lisa Marie. A letra não deixava dúvidas: “Algum dia, quando ela estiver maior, vai entender porque os pais dela não estão mais juntos”. O lado B do single foi “Always on My Mind”. O disco saiu em 1972, chegando ao Top 20.
A canção escrita por Mark James, Johnny Christopher e Wayne Carson havia recebido anteriormente gravações de Brenda Lee e de Gwen McRae. Ela parecia ter sido escrita de encomenda para Elvis, já que semanas antes ele havia se divorciado de Priscilla. Na letra, o narrador se confessa omisso em relação ao relacionamento fracassado e pedia mais uma chance, mesmo sabendo que isto nunca iria acontecer. “Always on My Mind” ainda se tornaria um hit com Willie Nelson e com a dupla Pet Shop Boys.
“It’s Midnight”
Gravada em dezembro de 1973, nos estúdios da Stax, em Memphis, e lançada no álbum Promised Land (1975), “It’s Midnight” foi escrita por Jerry Chesnut e Billy Edd Wheeler. É outro lamento de Elvis sobre o divórcio. Em uma apresentação em 1974, em Las Vegas, com a ex-mulher na platéia, ele deixou isso bem claro. Depois de falar que se tratava de uma canção nova, Elvis começou a cantá-la e, no começo, exclamou “listen, Cilla” (ouça, Cilla). Este momento único e revelador foi capturado em áudio por um fã na platéia e nunca foi lançado oficialmente.
“Pieces of My Life”
Ao final de sua vida e carreira, Elvis só queria saber de gravar canções tristes e autobiográficas. “Pieces of My Life”, lançada no álbum Elvis Today (1975), era um retrato da melancolia que ele vivia. Trata-se de uma reflexão sobre tudo o que ele havia feito e conquistado. Na letra, afirmava que o destino dele era cantar as músicas que os outros escreviam para ele. E confessava também que os pedaços da vida dele estavam todos espalhados, e que o pedaço mais importante que faltava era Priscilla.
“Unchained Melody”
A canção, que grande parte do público conhece na interpretação da dupla Righteous Brothers, feita originalmente em 1966, foi depois popularizada na trilha do filme Ghost: do Outro Lado da Vida (1990). Elvis gostava da faixa, especialmente na voz do ídolo Roy Hamilton. Em sua derradeira turnê, poucas semanas antes de morrer, Elvis sentava-se ao piano e dava a sua versão para a canção. É uma interpretação arrebatadora, provando que mesmo com todos os problemas que enfrentava, o cantor ocasionalmente conseguia dar 100% de si.
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