O visionário que abandonou carreira de hitmaker e influenciou o pop moderno
Por Paulo Cavalcanti Publicado em 11/05/2010, às 03h02
A carreira de Alex Chilton foi construída sob diversos paradoxos. Nos anos 60, quando era frontman da banda Box Tops, chegou a ser ídolo adolescente e hitmaker de mão-cheia. Na década seguinte, ao liderar o Big Star, Chilton entrou para o clube de músicos que eram ouvidos por poucos, mas louvados por praticamente todo mundo. Como artista solo, Chilton deixou um legado fragmentado, com ocasionais lampejos de genialidade e brilhantismo. O futuro pai espiritual do powerpop e guru da atitude indie era um garoto de Memphis, vidrado em soul e bandas britânicas. Ele ainda estava na adolescência quando, com o Box Tops, emplacou hits soul bubblegum como "The Letter", "Cry Like a Baby" e "Soul Deep". O Box Tops se separou no começo da década de 70, mas o futuro parecia promissor. O músico se uniu a Chris Bell para formar o Big Star, formação na qual poderia colocar suas ambições musicais anglófi las para fora. Na época, o termo powerpop não era usado, mas ao lado do Badfi nger e do Raspberries, o Big Star formou a trinca de ouro do estilo, esbanjando melodias e harmonias exuberantes inspiradas nos Beatles e demais grupos ingleses dos anos 60. Só que, ao contrário dos grupos citados, o grande público mal ouviu o Big Star. Obras-primas como #1 Record, Radio City e Third/Sister Lovers tiveram problemas de distribuição e não tocaram nas rádios. Mas esses álbuns futuramente influenciariam o R.E.M., Posies (cujos integrantes fi zeram parte da formação mais recente do Big Star), The Replacements, Teenage Fanclub, Wilco e muitos outros. Depois que o Big Star acabou, Chilton deixou Memphis e foi para Nova York. Abandonando a produção densa e detalhada de antes, o músico agora estava sob forte infl uência do punk e da música low-fi . Ele também passou a lançar álbuns de forma limitada e independente, muitas vezes com tiragem de apenas 500 cópias. Nos anos 80, ele se mudou para Nova Orleans. Começou a mexer com country e jazz, mas praticamente sumiu de cena. O culto à obra de Chilton começou pra valer na metade daquela década, com as novas gerações louvando o pioneiro e gênio esquecido. O músico, que sempre lutou contra o alcoolismo e não era exemplo de estabilidade profi ssional, tocando de qualquer jeito e muitas vezes perdendo shows, colocou sua carreira novamente no eixo e chegou até a montar uma nova versão do Big Star, apresentando-se regularmente a partir dos anos 90. No dia 17 de março, Chilton, que tinha 59 anos, sofreu um ataque cardíaco fatal em sua casa, em Nova Orleans.
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