RPM lança disco com forte influência eletrônica, sem se apoiar no já desgastado saudosismo dos anos 80
Por Stella Rodrigues Publicado em 08/08/2011, às 13h01 - Atualizado em 07/11/2011, às 13h22
Nada de reunião. O RPM voltou à ativa tão de verdade, desta vez, que logo mais chegará ao mercado um disco de inéditas para provar. Trata-se de Elektra, cujos elementos eletrônicos "variam entre presentes e predominantes", conforme define o vocalista, Paulo Ricardo. Em 2002, quando retomaram a banda, "era um projeto com começo, meio e fim. O fim foi um pouco mais brusco do que a gente esperava, tivemos uns desentendimentos, mas não foi algo determinante", explica o tecladista, Luiz Schiavon. Agora a dupla garante que a parceria dos velhos tempos foi retomada com absoluta harmonia e que eles estão produzindo o primeiro trabalho de estúdio do grupo em quase duas décadas - que não deverá ser o único, se tudo der certo.
O mote é reformar o RPM de antes com os integrantes de agora: é a mesma banda, carregando a história nas costas, mas com músicos mais maduros, algo que deve, segundo eles, refletir nas melodias e letras. Para tanto, foi buscada uma roupagem mais moderna para as faixas. "O rock é um clássico. A música eletrônica é jovem, tem idade para ser filha dele.
É uma linguagem que se renova rapidamente. Não só existem novos brinquedinhos, com novos sons e truques, como existem maneiras mais eficientes de fazer os truques velhos. Então, esse update eletrônico no que a gente faz é natural. É uma questão mais tecnológica do que artística", explica Paulo, ressaltando a preocupação em não perder de vista a linha histórica traçada por eles ao longo dos anos. "Desde 1983 a gente usa bateria eletrônica e sequenciador. É uma linguagem natural para a banda, isso já faz parte do DNA do RPM desde o nascimento", complementa Schiavon. "Uma coisa de que eu gosto é de identidade no som. Ouvir os primeiros acordes de uma música e de saber de que banda são. A gente conseguiu isso lá atrás. O que é legal é colocar uma roupa de corte atual naquele corpo".
Alérgico ao cheiro de naftalina, Paulo Ricardo discursa longamente quando o assunto é nostalgia. "Não quero ficar falando do fenômeno dos anos 80, mas sim de uma banda que continua viva. A gente não está mais buscando a revolução. Agora são evoluções por minuto, somente consolidar o conceito de RPM. Gosto muito de 'Ela É Demais (Pra Mim)', porque aquela é a visão de um cara mais velho. Chega uma menina que deixaria o garoto de 'Olhar 43' louco. O outro, do 'Louras Geladas', ia tomar um porre. Mas o cara dessa música pede a 'saideira', a conta e vai embora. Eu já sei que tipo de mulher é esse. Essa coisa da maturidade faz muito bem. Tem hora que você não quer mais ser o Mick Jagger, quer ser o Paul McCartney", brinca ele.
Apesar de olhar para o futuro, a dupla promete que grandes hits não serão negligenciados nos shows. "A hora do sucesso ao vivo é um momento de comunhão incrível entre o artista e o público, é quase um orgasmo", diz Paulo. "A gente, como artista, sabe que a plateia quer ouvir isso e tem o maior prazer em tocar."
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