AINDA COM TRAQUEJO DE RAPAZ DO INTERIOR, TIAGO LEMOS É A GRANDE PROMESSA DO SKATE NACIONAL - Fábio Bitão

Fiel às Origens

AINDA COM TRAQUEJO DE RAPAZ DO INTERIOR, TIAGO LEMOS É A GRANDE PROMESSA DO SKATE NACIONAL

Diogo Costa Publicado em 22/10/2015, às 14h22 - Atualizado em 20/11/2015, às 17h38

Curiosamente, o que mais chama atenção em Tiago Lemos não é o elevado nível técnico: o sorriso, largo e constante, tem se tornado a marca do skatista de 24 anos. Nascido em Jaguariúna, região metropolitana de Campinas, interior de São Paulo, Lemos teve o primeiro contato com o esporte por meio do irmão mais velho, Térsio (que, embora tenha deixado de lado as competições, também mostra habilidade em diversas manobras). Ele tinha 9 anos e quase destruiu o skate, que pegou sem autorização, andando pelas ruas do bairro onde morava. “Estourei todos os rolamentos. Quando meu irmão chegou em casa, ficou doido”, relembra Lemos, rindo. Depois de aparecer em dois vídeos de destaque em 2015 – Gold Goons e o longa- -metragem We Are Blood –, Lemos tem visto crescer o interesse do público e de outros atletas em suas habilidades no esporte. Apesar de contar com o patrocínio de uma grande marca norte-americana, dar entrevistas não faz parte da rotina, e talvez por isso ele pareça pouco à vontade diante de um gravador. Já o pai, Seu Térsio, é eloquente ao narrar de maneira cronológica a trajetória do filho, mostrando que passou de opositor a grande apoiador da carreira dele. “Antes, a gente não queria, porque via que era um esporte perigoso, que machuca fácil, né? E também não conhecia o ambiente”, relembra o simpático senhor, com um carregado sotaque do interior paulista. Na sala da casa da família, em Jaguariúna – simples, mas espaçosa, com um Monza branco na garagem –, estão expostos os troféus e as medalhas do skatista em campeonatos amadores no Brasil e no mundo. Lemos é grato por ter passado a infância distante de grandes centros urbanos. “Aproveitei muito o fato de ter crescido aqui”, afirma. “Empinava pipa, jogava bolinha de gude, brincava de pega-pega. Mas, depois que eu conheci o skate, já era – não queria mais saber de brincar de nada, só queria andar.” O vício tem rendido frutos. Lemos agora está acostumado a viagens internacionais: a primeira, em 2010, foi para Barcelona, graças a uma vaquinha levantada pelo pai e pela irmã mais nova, Talita. Agora, além de aprender o inglês, idioma que ele não domina, a ambição é se tornar skatista profissional nos Estados Unidos – ele espera que isso ocorra em 2016. “Tamo no corre. Mas só Deus sabe”, conclui.

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