Rapper fala sobre os desafios de ser mulher no atual cenário do hip-hop nacional.
Luciana Rabassallo Publicado em 08/09/2014, às 17h02 - Atualizado em 10/09/2014, às 16h09
Machismo no rap
“A cena hip-hop já foi extremamente machista, hoje existe uma aceitação muito maior. Sou uma mulher que trabalha tanto quanto ou até mais do que os homens desse segmento musical. Alguns deles
tomam medidas extremas e nada humanas por puro medo.”
Força feminina
“Existe um espaço imenso para as mulheres no rap, que precisa ser ocupado com minas de talento e que tenham o que dizer. As mulheres estão chegando pesado. Há artistas incríveis, como Karol de Souza, Tássia Reis, Drik Barbosa e Lola Salles.”
Homofobia nos shows
“É uma questão mais complicada do que o machismo. Existe, contudo, um preconceito velado sobre esse tema no hip-hop. A verdade é que ninguém quer falar sobre isso. Mas, nos meus shows, os gays são sempre bem- -vindos e eu os vejo curtindo a festa à vontade com os parceiros ou amigos. Estou fazendo a minha parte!”
Rap e o funk ostentação
“Música para mim é algo mais do que sagrado. Por isso, minha maior paixão em fazer música é a liberdade de criação. E o rap, mais do que qualquer outro gênero, é feito de misturas. Acho mais do que positivas as parcerias entre o Emicida e o MC Guimê, por exemplo. Impor barreiras apenas enfraquece o nosso movimento.”
Profissionalização do gênero
“Para o rap romper barreiras maiores ainda no Brasil é necessário que ele seja mais profissional. Os rappers precisam ser mais organizados, ter uma boa equipe e até mesmo o próprio selo. Isso mudaria
muita coisa. Eu acredito que a independência é a característica mais marcante da nossa geração, mas é necessária uma organização maior.”
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