Fotos: Araquém Alcântara Publicado em 10/08/2009, às 11h51
Cabeça do cachorro é o codinome da área situada no extremo noroeste do Brasil, no estado do Amazonas, fazendo fronteira com a Colômbia e a Venezuela. O nome tem origem curiosa. O desenho dos limites do Brasil comesses países vizinhos parece a boca aberta de um cão. E sua história tem sido precariamente documentada. Por isso o resultado das expedições realizadas pelo médico Drauzio Varella e pelo fotógrafo Araquém Alcântara é de suma importância.
Cabeça do Cachorro, o livro, é dividido em duas partes. Na primeira, Drauzio e o sociólogo Jefferson Peixoto traçam um histórico da região e jogam luz sobre seu atual momento. A outra parte é constituída pelas fotos de Alcântara, que há quase 40 anos vem registrando a fauna, a flora e os habitantes da região amazônica. O lugar é imenso: a área tem no total 200 mil quilômetros quadrados e sua população conta com aproximadamente 50 mil indivíduos. Lá habitam 23 etnias e muitos desses indígenas vivem isolados, preservando idiomas e costumes que remontam a cinco décadas. E a vida é dura. As distâncias são enormes, é preciso se acostumar a viver num ambiente entrecortado por rios. Apesar da pujança da selva, as águas são pobres em nutrientes. Mesmo com o imenso volume de água, os peixes são escassos e dispersos. As terras são impróprias para a agricultura. Noventa por cento da área cultivável é ocupada pelas roças de mandioca-brava. Praticamente não existe trabalho remunerado e os programas federais de distribuição de renda não chegam à região. A presença militar é vital na floresta. Os quartéis, além de zelar pela importância estratégica da região amazônica, ajudam a manter o equilíbrio social das comunidades ribeirinhas. Eles dão suporte médico e até estão presentes no fornecimento de energia elétrica aos habitantes. Antigamente, os pelotões recrutavam soldados de várias regiões do Brasil. Agora, preferem habitantes das comunidades indígenas. Segundo altos escalões militares da região, eles são mais preparados para missões na selva.
Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), criados em 2000 pelo governo federal, prestam assistência médica e odontológica a áreas remotas. Os voluntários precisam lidar com um alto índice de mortalidade infantil, desnutrição, envelhecimento precoce, graves casos de alcoolismo e ainda socorrem vítimas de ataque de animais. Já o ISA (Instituto Socioambiental) é uma organização não-governamental com sede em São Gabriel que se faz notar na Cabeça do Cachorro, atuando na demarcação das terras indígenas e também no desenvolvimento de meios de subsistência da população local, como projetos de piscicultura e comercialização de artesanato. A sede do ISA em São Gabriel da Cachoeira (Amazonas) tem auditório se até acesso gratuito à internet. Mesmo com a distância e comas dificuldades, a integração com o resto do país é algo cada vez mais cobiçado no labirinto verde do Norte do Brasil.
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