O estúdio Fábrica, localizado em uma área de muito verde, já contou com a presença do tecladista Bernie Worrell, integrante do Parliament-Funkadelic - Ana Rosa Passo/Divulgação

Fora do Centro

SÃO PAULO É A MECA DOS ESTÚDIOS NO BRASIL, MAS HÁ DIVERSAS ÓTIMAS OPÇÕES DISTANTES DA CAPITAL PAULISTA. PRODUTORES E MÚSICOS LISTAM ALGUMAS DELAS

Tamara Emy Publicado em 20/09/2016, às 15h03 - Atualizado em 23/09/2016, às 17h23

PUPILLO

COMPOSITOR, PRODUTOR E BATERISTA DO NAÇÃO ZUMBI

RECIFE/PE

Para o pernambucano, qualquer estúdio “com Mario Caldato ou Scott Harding pilotando os botões” seria um estúdio-modelo. As escolhas do músico, em Recife, foram norteadas por uma busca constante pela manutenção de suas raízes. “O diferencial [de trabalhar na capital pernambucana] é poder levar projetos para a cidade e assim ajudar a fortalecer o mercado por lá, além de trabalhar com amigos e perto da família”, afirma.

Muzak e Fábrica

“Nos dois eu tenho estrutura para executar qualquer tipo de trabalho. As salas de gravação e os equipamentos são ótimos. Já gravei inúmeros projetos nesses lugares: Arto Lindsay, Mundo Livre S/A, Siba e a Fuloresta, trilhas para cinema e diversas outras coisas. Tive o prazer de gravar com Naná Vasconcelos parte da trilha do filme Besouro, na qual ele, com sua genialidade, registrou de primeira [a música de] uma cena longa olhando por um pequeno monitor de TV. Inesquecível!”

ESTÚDIO MUZAK

R. Jader de Andrade, 308,

Casa Forte, Recife/PE

WWW.ESTUDIOMUZAK.COM.BR

ESTÚDIO FÁBRICA

R. Vale do Siriji, 130,

Várzea, Recife/PE

WWW.FABRICAESTUDIOS.COM.BR

KASSIN

COMPOSITOR, PRODUTOR E CANTOR

RIO DE JANEIRO/RJ

O carioca já esteve presente em estúdios lendários pelo mundo, como o Anchor Studios e o Studio One, na Jamaica, e o Capitol, em Nova York, mas acredita que o que define um bom espaço de gravação são as pessoas. Na visão de Kassin, para criar um estúdio dos sonhos basta unir os músicos e as músicas, sem limitações. Guiado por memórias registradas nas entrelinhas de cada compasso que gravou, o artista pinçou três estúdios que ama em sua cidade natal.

NAS NUVENS

Particular, não aberto ao público “Pra mim, um lugar mítico – é o estúdio do Liminha, que sempre foi um dos meus ídolos. Lá, me sinto em casa. Gravei recentemente o disco da Vanessa da Mata, Segue o Som (2014), as cordas para o álbum De Graça (2013), do Marcelo Jeneci, e o último single do Paulo Carvalho, “Qual o Porquê”. Um trabalho que ainda não saiu é o disco dos Desumanos, minha banda com Liminha, Manoel e Felipe Cordeiro e Stephane San Juan.”

CIA. DOS TÉCNICOS

R. Barata Ribeiro, 181,

Copacabana, Rio de Janeiro/RJ

WWW.CIATEC.COM.BR

“É o antigo estúdio da gravadora RCA e foi o primeiro no qual eu entrei na vida, aos 13 anos, quando assisti no cantinho e calado uma gravação do Lulu Santos. Gravei um disco do Me and the Plant [The Romantic Journeys of Pollen, 2012], que adoro, além da Orquestra Imperial, Bebeto Castilho e Vanessa da Mata cantando Tom Jobim. Foi lá também que finalizei o Tim Maia Racional 3, com o William Luna.”

AR STUDIOS

Fora de funcionamento “Foi onde fiz muitos projetos a partir dos anos 1990. Antes de ir para a gravadora Warner, Tom Capone foi diretor técnico do AR, e gravei bastante coisa com ele. Eu era tão de casa que cheguei a dormir uns dias no estúdio, fazendo dois projetos ao mesmo tempo. Até passei um Natal lá, gravando com o Wander Wildner. Também fiz trabalhos da Vanessa da Mata e do Los Hermanos.”

NAVE

PRODUTOR

CURITIBA/PR

A vivência de gravações com importantes nomes do rap brasileiro, como Rodrigo Ogi e Marcelo D2, permitiu que o produtor conhecesse grandes estúdios de São Paulo, entre eles o YB, o Na Cena e o estúdio do engenheiro de som Mauricio Cersosimo. Mas a estrutura nem sempre é o fator número 1 de um estúdio. “Em relação à diversidade de equipamentos, o Rec’n Roll não é o mais completo, mas é nele em que mais me sinto bem e trabalho melhor”, comenta o curitibano. Como estúdio dos sonhos, Nave cita o suntuoso Shangri-La, do produtor Rick Rubin, em Miami, onde já gravaram astros como Adele e Kanye West.

REC’N ROLL

R. Rocha Pombo, 874, Juvevê,

Curitiba/PR

WWW.RECNROLL.COM.BR

“Foi no Rec’N Roll que produzi e gravei o primeiro disco da Karol Conka [Batuk Freak, 2013]. Com Laudz, Parteum e Dario fiz uma faixa que foi gravada pelo Del the Funky Homosapien [de Oakland, California] e Ladybug Mecca [do recém-formado grupo Brookzill e do veterano Digable Planets, que voltou aos palcos no ano passado]. Gosto do espaço e principalmente da vibe. E ele é meio escondido no bairro, gosto disso também [risos].”

SCOTT HARDING

ESTADOS UNIDOS

O produtor Scott Harding – ou Scotty Hard, como também é conhecido – já assinou trabalhos de diversos artistas, de Nação Zumbi a Wu-Tang Clan. Canadense radicado em Nova York, Harding conta histórias vividas em alguns de seus estúdios prediletos em território norte-americano.

CHUNG KING STUDIOS, NOVA YORK

O estúdio marcou a primeira sessão do produtor em Nova York, com o MC Tone Loc. Harding editou o hit “Wild Thing”.

CALLIOPE STUDIOS, NOVA YORK

Antes de o hip-hop se tornar um fenômeno no final dos anos 1980, o Calliope era um dos únicos estúdios especializados no gênero. Lá nasceram grandes discos da “era de ouro” do rap, como 3 Feet High and Rising (De La Soul, 1989) e Step in the Arena (Gang Staar, 1991), ambos com assinatura de Harding.

GREENE ST. RECORDING, NOVA YORK

“Chamei esse estúdio de casa por muitos anos”, relembra. “Algumas pessoas que conheci por lá há duas décadas continuam sendo bons e confiáveis amigos até hoje.” Também foi no estúdio que ele conheceu o lendário guitarrista George Benson, em 1995.

AMERAYCAN STUDIOS, LOS ANGELES

No começo de 1997, RZA convidou o produtor para mixar Wu-Tang Forever (que já estava atrasado) e a segunda parte do álbum The Pick, the Sickle and the Shovel, do Gravediggaz, grupo do qual RZA também fazia parte. Para fugir das distrações de Nova York, todos os integrantes voaram para Los Angeles. Algum tempo antes, músicas de Ol’ Dirty Bastard, fundador do Wu-Tang, vazaram, o que não era tão comum naquele tempo. Tentando evitar que ocorresse o mesmo, Harding se viu na missão de transportar

entre as duas cidades todo o material gravado, totalizando cerca de 20 fitas.

DURO OF BROOKLYN, NOVA YORK

“Eu e meu sócio, Tom Camuso, desenhamos esse estúdio visando ‘corrigir’ tudo o que odiávamos em lugares nos quais já havíamos trabalhado”, comenta Harding. “Ao contrário de outros estúdios onde não se sabe o que está acontecendo do lado de fora, tem amplas janelas que dão muita luz natural.”

DIMENSÃO CRIATIVA

SÃO PAULO GANHA ESPAÇO TEMPORÁRIO DEDICADO A PRODUTOS DE ARTISTAS INDEPENDENTES

Desde 2014, a casa sinlogo cria um atalho entre criadores e consumidor, promovendo exposições, cursos e venda de obras de fotógrafos e artistas contemporâneos como Herbert Baglione e Felipe Yung. Em agosto, o local ganhou novos ares com a abertura da pop up store Ammuleto Art Shop, que irá comercializar aproximadamente mil produtos. Entre as peças, há material do acervo da Sinlogo e trabalhos manuais de artistas independentes. É possível encontrar trabalhos em cerâmica, bordados, pinturas, joias e acessórios de decoração.

AMMULETO ART SHOP, NA CASA SINLOGO

R. Oscar Freire, 2221, Pinheiros

WWW.FACEBOOK.COM/AMMULETOARTSHOP/

INFLUÊNCIA ORGÂNICA

FURYLITE, DA REEBOK, TEM ESTAMPAS INSPIRADAS PELA NATUREZA

Elementos clássicos do modelo Insta Pump Fury e traços arrojados entram em harmonia no modelo Furylite, da marca Reebok. O sneaker vem em duas estampas: para o modelo feminino, batizado como Exposed Botanica, o grafismo remete a uma espécie de raio X floral, com tons suaves e fundo escuro. Já o Speckled Monotemp, modelo masculino, apresenta pequenos pingos azuis contrastando com um azul mais escuro, em uma representação da transição das estações.

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