<b>Passo marcado</b> Annie Clark garante espontaneidade, mas segue coreografia no palco. - Gabriel Green/Divulgação

Força Estranha

Crises de pânico serviram de combustível para a música de St. Vincent

Bruna Veloso Publicado em 17/03/2015, às 16h59 - Atualizado em 28/03/2015, às 20h39

Annie Clark, mais conhecida como St. Vincent, encontrou na música não apenas um meio de expressão, mas uma espécie de cura. “Comecei a ter ansiedade severa quando tinha 6 ou 7 anos”, conta a guitarrista, compositora e cantora, que vem pela primeira vez ao país. “Os ataques de pânico mesmo, a coisa completa – não conseguir respirar, achar que o mundo iria acabar –, vieram quando tinha 8 anos.”

A primeira crise ocorreu em um jogo de beisebol do Texas Rangers – ela olhou para o céu e sentiu “que o ar seria sugado e todo o estádio iria morrer sufocando”. Uma experiência bastante pesada para uma criança, mas que hoje a cantora vê com certa gratidão: passar pelo horror do medo da morte em tão tenra idade fez Annie lidar de maneira mais amena, segundo ela, com as dores que sofreu adiante na vida.

Exímia instrumentista, Annie expurga anseios e fábulas no art-rock-pop que produz. O público brasileiro verá o show de St. Vincent (2014), quarto disco da carreira dela. Ao vivo, a artista e sua banda seguem uma coreografia robótica, que, apesar de ensaiada, não deve neutralizar a espontaneidade da apresentação. Faz parte do pacote: é o quê de estranheza que torna a música e a imagem de St. Vincent tão atraentes.

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