Rafael, fi lho do músico do Barão Vermelho, ocupa estúdio do pai para fazer disco “sincerão”, lo-fi e psicodélico
Lucas Brêda Publicado em 12/08/2016, às 13h53 - Atualizado em 06/12/2016, às 20h16
Rafael Frejat e Júlio Santa Cecília se conhecem há muitos anos. Não há tantos anos quanto os pais deles – Roberto Frejat e o parceiro de composição Mauro Santa Cecília, mas o suficiente para a amizade de infância desenvolver uma parceria musical baseada “em um processo mútuo de autodescoberta”. “Nada foi pensado para um disco”, explica Rafael, de 20 anos, sobre o recémlançado álbum Nuca, que marca a estreia do projeto Amarelo Manga. Em termos sonoros, Nuca é pesadamente influenciado por aquilo que Rafael nunca encontrou na coleção de discos do pai, mas que sobrava nas conversas com Júlio: rock de garagem e psicodélico. “Na cabeça das pessoas, isso deve ser uma loucura”, comenta sobre a escolha do gênero, para depois explicar a relação do vocalista do Barão Vermelho com esse tipo de som: “Ele ouve e gosta, mas não consegue se conectar de um jeito carnal, como a nossa geração.” O primeiro álbum do Amarelo Manga foi gravado pela dupla que compõe a banda – com o acréscimo de Ricardo Kaplan no baixo – no estúdio de Roberto Frejat. “Enquanto o estúdio não estava sendo utilizado, nós íamos lá, roubávamos as paradas, passávamos as madrugadas”, conta Rafael. A abordagem lo-fi e autossuficiente não chega a ser descarada, mas é característica inerente ao disco. “A gente se produziu, gravou, mixou. A qualidade do disco é ser ‘sincerão’.”
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