Independente, grupo quer mudar rap nacional
André Maleronka Publicado em 16/05/2011, às 12h44
Será que a gente leva alguma coisa?", pergunta Tom do Função RHK. O grupo de rap está reunido em sua casa, em Itapevi, São Paulo, onde o quarteto se encontra pra ensaiar. O DJ Celo e os outros MCs, Coé e Abutre, também compartilham desse misto de incerteza e entusiasmo frente às indicações recebidas no prêmio Hutúz deste ano. O lançamento independente Eu Amo Você, primeiro disco do grupo, saiu no segundo semestre, e "Segura os B. O.", a música do clipe, toca diariamente na 105 FM, a principal rádio rap brasileira. Sons do grupo animam pistas em casas descoladas da capital, como o Vegas. Pode parecer inusitado - até pra eles - que um grupo estreante consiga tanto espaço, mas a verdade é que eles não estão sozinhos. Nunca estiveram.
O Função RHK vem de um dos coletivos mais importantes na história do rap nacional, a Família RZO, escola e vitrine para muitos outros artistas, entre eles Negra Li e o falecido Sabotage. Sandrão, Helião e DJ Cia, que formam o núcleo do RZO, já tinham o sucesso "O Trem" quando perceberam que chamar mais gente para participar só ajudaria. O RZO também tinha um espaço, a laje da casa do Helião, e constantemente novos artistas eram convidados a assistir aos ensaios, para aprender técnicas com os veteranos. Para dinamizar os shows, alguns desses talentos emergentes cumpriam a função de vocalistas de apoio, dobrando rimas e refrãos, e cantando alguma música de sua autoria. "A gente tá ajudando eles, mas eles tão nos ajudando também. Trazem novidade, inspiração", declara Helião, a respeito das colaborações.
"A gente tem um convívio muito importante com o RZO. De ensaios, conversas, acompanhar o DJ Cia nos bailes que ele ia fazer. Foi uma coisa natural", completa. Logo Tom participaria da música "Vai na Fé", single do disco de estréia de DBS, outro rapper revelado pela Família, enquanto o grupo tomaria parte do último disco do RZO, Evolução É uma Coisa. Foi assim que o FRHK apareceu.
O disco que está nas ruas é muito diferente do rap nacional genérico. A produção, responsabilidade do padrinho DJ Cia, combina cordas dramáticas e batidas dançantes e rápidas.
Todos os vocais são interpretados, com cada um dos MCs definindo sua personalidade na ênfase dada ao seu timbre peculiar. Os blocos de rimas se complementam, soando como uma conversa cantada entre amigos. As gírias e expressões reforçam essa impressão. "Isso vem de ensaio, a gente ensaia toda semana", declaram. As letras falam de amizade, amor, música e orgulho periférico, com um quê de protesto. "Os sons são de pista, mas com as idéias certas", diz Tom.
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