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Furacão de Homenagens Marca os 30 Anos sem Elis

Cantora reaparece em CDs, shows, exposição e documentário

Guilherme Bryan Publicado em 05/01/2012, às 12h43 - Atualizado às 15h24

Trinta anos depois da morte, em 19 de janeiro de 1982, a cantora Elis Regina é alvo de uma série de homenagens, que inclui relançamento de CDs, a reedição de uma biografia clássica e show-tributo da filha Maria Rita, com produção de outro filho, João Marcelo Bôscoli.

O primeiro item a ser lançado deve ser a caixa Elis Regina nos Anos 60, com 12 álbuns gravados pela cantora na primeira fase da carreira. Um segundo box também já está a caminho. “Serão [no total] 24 álbuns contendo toda a discografia da artista na Universal Music, com CDs de raridades”, explica Alice Soares, gerente de marketing estratégico e responsável pelos lançamentos e relançamentos de catálogo nacional da Universal. “É uma homenagem da gravadora, lembrando os 30 anos que estamos sem Elis.”

Uma das curiosidades é o registro inédito da canção “Comigo É Assim”, de João Bittencourt e José Menezes, que é uma sombra do LP Elis Como & Porque, de 1969. “Acredito que tudo tenha seu tempo certo”, explica Alice. “A hora de conhecermos a canção na voz da Elis é esta. Todos os cuidados foram tomados para que fosse possível trabalharmos a faixa.” Ela assegura que, por ora, não há mais material inédito da artista a caminho das lojas.

“É uma linda homenagem. O acervo deles é muito organizado, uma referência. Sendo também gigantesco, sempre há pérolas escondidas”, diz João Marcelo Bôscoli. “Como o show de Transversal do Tempo, que foi originalmente concebido para ser lançado como álbum duplo, mas, por razões administrativas, acabou saindo como um álbum simples. Há, portanto, muitas músicas guardadas que lançaremos neste ano.” Outro desejo é o de que as apresentações de Elis para as emissoras de televisão europeias, especialmente em Portugal, França e Alemanha, também sejam lançadas.

Bôscoli está à frente do projeto Viva Elis, que contará com exposição multimídia itinerante; a produção de um documentário e de um livro; e a realização de cinco shows gratuitos pela irmã dele, Maria Rita, com o repertório da mãe, que ocorrerão em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. “Nunca foi segredo o meu desejo de cantar canções já interpretadas por minha mãe, mas sempre comentei que isso aconteceria em um momento de real homenagem a ela”, declarou Maria Rita em um comunicado à imprensa. “Ela só começará a trabalhar na seleção de repertório e nos ensaios em janeiro. Estamos felizes e emocionados”, acrescenta o irmão.

Em paralelo, a jornalista e escritora Regina Echeverria trabalha na reedição do livro Furacão Elis, (Editora LeYa) lançado originalmente em 1985 e que permanece como a única biografia a respeito da artista. A nova versão contará com novo projeto gráfico e uma entrevista inédita de Paulo César Pinheiro. “Ela foi a maior cantora que o Brasil conheceu. Viveu pouco, 36 anos, mas muito bem vividos”, diz a autora. “Elis tinha personalidade, opiniões e jamais se furtou em revelá-las. Fora isso, eu já havia combinado com ela, em vida, que faríamos sua biografia algum dia. O dia chegou cedo demais, para ela e para mim, infelizmente.” E finaliza: “De qualquer maneira, cuido para que Furacão Elis esteja sempre em catálogo e que a história que levantei e a pessoa que conheci não sejam esquecidas”.

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