Dez melhores (ou mais constrangedores) momentos do VMB

Redação

Publicado em 14/09/2012, às 19h30 - Atualizado às 19h31
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Restart - Marcos Issa/Argosfoto

Escalado para abrir a edição de 2012 do VMB, o Planet Hemp fez sua estreia na premiação logo em sua primeira transmissão, em 1995. A trupe de rappers foi indicada em duas categorias, Melhor Videoclipe de Artista Revelação e Melhor Videoclipe de Rock, mas acabou subindo ao palco somente para apresentar a música “Legalize Já”. O ponto alto desta edição foi justamente antes do show – quando questionado em entrevista sobre o que eles estavam aprontando, D2 soltou a seguinte pérola: “Já aprontamos vários, mas demorou muito e a gente já queimou tudo”, respondeu ao constrangido repórter, ainda no backstage.
Foi em 1996 que o prêmio passou a se chamar Video Music Brasil, o VMB, deixando a palavra “Awards” de fora. Também foi este o ano em que “Garota Nacional” colocou o Skank no topo das paradas e reafirmou o talento do Paralamas do Sucesso, que levou três prêmios. Nada se compara, no entanto, ao suigue do sambista Bezerra da Silva cantando "Malandragem Dá Um Tempo”, um clássico do seu cancioneiro. A música foi adaptada em parceria com o Barão Vermelho – repare na vasta cabeleira de Frejat e sua pose de rockstar oitentista. Todo de branco e com sua inseparável boina, Bezerra deu um show. Afinal, malandro é malandro, e mané é mané.
Em 1999, a MTV decidiu criar novas categorias e abranger um maior número de gêneros musicais que floresciam pelo país. Surgiram as categorias de Melhor Videoclipe de MPB (vencida por Chico Buarque), de Axé (Banda Eva, ainda com Ivete Sangalo) e Pagode (Zeca Pagodinho). A emissora fez questão de escolher um show de encerramento digno para a história da música brasileira e reuniu os tropicalistas Rita Lee, Tom Zé, Caetano Veloso e Gilberto Gil em um encontro no palco da Via Funchal. O quarteto cantou "Bat Macumba". E o grito da Tropicália abafou todo o resto.
Na edição em que as categorias de Melhor Videoclipe de Axé e Pagode deixaram de existir, após marcar presença nos dois anos anteriores, quem roubou a cena foi a saudosa Dercy Gonçalves. Não deu nem para Marcos Mion, que, na época, arrancava gargalhadas com o seu Piores Clipes do Mundo, achincalhando o pior da produção de vídeos musicais. Chamada para apresentar a categoria Melhor Democlipe ao lado de João Gordo, a simpática e fanfarrona atriz e humorista soltou o verbo contra a indústria fonográfica de tal modo que até o roqueiro ao seu lado ficou com um sorriso amarelo. Impagável e imperdível. Ah, sim, e o vencedor da categoria foi o grupo Feijão com Arroz e a música "Joe Camarada".
O que o nervosismo de estar em frente às câmeras é capaz de fazer com alguém... a vítima foi a modelo Isabeli Fontana, então estrela do calendário Pirelli. Na apresentação dos indicados a Melhor Videoclipe de Rap, a supermodelo escorregou feio na concordância gramatical e soltou a pérola: “Nós estamos aqui muito feliz...”. Isabeli repetiu o erro uma segunda vez, até ser ajudada por Tico Santa Cruz e Cléston, integrantes do Detonautas Roque Clube. A cena foi alvo das piadas de Marcos Mion, em seu programa Descarga MTV, na própria emissora, em 2008. O VJ definiu a cena como “uma das piores aparições da TV brasileira” e “uma das cenas mais constrangedoras da televisão mundial”. Também neste ano, Sônia Braga e Júnior Lima se beijaram no palco, ao vivo. Como diz a concorrente: vale a pena ver (e rir) de novo.
Décima edição do VMB, apresentação do ator Selton Mello pela primeira vez, muitos encontros musicais interessantes – Sepultura com Nação Zumbi, João Barone e LanLan, e Caetano Veloso e David Byrne. Mas o que ficou marcado em 2004 foi o chilique de Caetano durante a apresentação. Já nos primeiros acordes de “(Nothing But) Flowers”, autoria de Byrne e sua ex-banda Talking Heads, a microfonia atrapalhou o músico baiano e a plateia. Em uma nova tentativa, o som do violão do escocês falhou e o brasileiro soltou o verbo contra a MTV. Devido ao excesso de palavrões, é melhor clicar ao lado e assistir do que ler frases transcritas por aqui.
Era 2006 e o filme O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee, havia ganhado três estatuetas do Oscar. Inspirados pelo poder do orgulho gay, Marcos Mion e Cazé Peçanha protagonizam o seu próprio beijo. Ficou mais para um longo selinho, cheio de caras e bocas por parte dos VJs, mas valeu a intenção de ambos. Na cena, um descamisado Mion faz declarações de amor constrangedoras, até que Cazé desce do alto, como um astronauta perdido no tempo. Tudo bem, a atuação não foi das melhores. Ainda assim, a emissora mostrou o que as outras, até hoje, têm medo de exibir.
Foram duas grandes atrações internacionais no VMB de 2008. Uma, cheia de classe, com Ben Harper e a banda The Innocent Criminals executando “In The Colors”. Já a outra... um completo desastre. A banda inglesa Bloc Party passou vergonha ao mostrar “Banquet”, do seu disco de estreia, lançado em 2004. Empolgado (ou seria desleixado?), o vocalista Kele Okereke caiu do palco. Se não bastasse isso, ao subir de volta, ele começou a correr por todo o estúdio montado no Credicard Hall, mas esqueceu-se de um detalhe: fingir que cantava. Por vários momentos, é possível ouvir a voz do cantor, sem que ele esteja de fato cantando ao microfone. Assista e comprove.
O rock colorido estava em alta em 2010. E, na frente dessa nova frente, estavam os garotos do Restart. O VMB, na ocasião, era decidido por votações na internet e vencia quem tinha maior capacidade de mobilização na rede – como é o caso da trupe de Pe Lanza. Durante a premiação, não deu para mais ninguém. O Restart levou os prêmios de Hit do Ano, Videoclipe do Ano, Melhor Artista Pop, Banda Revelação e Artista do Ano. Na última, o público gritava pela favorita Pitty e, quando os coloridos foram chamados para receber a quinta estatueta, ouviram uma bela vaia dos presentes. “Acho que a gente não merecia, mas muito obrigado”, disse Lanza ao fim do discurso de agradecimento. Goste ou não, eles foram os maiores vencedores da noite com cinco vitórias. Para amenizar, no fim da noite, Marcelo Adnet mostrou ao vivo a sua hilária “Gaiola das Cabeçudas”, com direito a participação da funkeira Valesca Popozuda.
Para o VMB do ano passado, a MTV decidiu reduzir o poder da audiência na escolha dos melhores do ano e criou um júri com jornalistas, críticos e artistas. Com isso, os rappers Criolo e Emicida levaram a melhor, com três e dois prêmios cada. Nesta edição grandiosa, com três palcos, o destaque ficou com “Não Existe Amor em SP”, música que alavancou o disco Nó na Orelha, de Criolo, interpretada por ele e Caetano Veloso. O músico baiano, ainda que meio perdido no andamento da canção, não brigou com ninguém ou falou palavrão.
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