Ator fala sobre Planeta dos Macacos e do fato de ser influência para novatos em Hollywood.
Mariane Morisawa Publicado em 10/07/2014, às 16h46 - Atualizado em 14/07/2014, às 13h42
Nos últimos anos, Gary Oldman tem alternado protagonistas em filmes de orçamento modesto, como O Espião Que Sabia Demais (2011), e coadjuvantes em blockbusters, como a trilogia sobre Batman comandada por Christopher Nolan e Robo- Cop, do brasileiro José Padilha. O novo trabalho dele é mais um projeto de grande orçamento – em Planeta dos Macacos: O Confronto, que estreia em 25 de julho, Oldman interpreta o líder de um grupo de humanos sobreviventes em uma Terra dominada por símios. Sempre bem-humorado, o inglês de 56 anos comenta o filme e os obstáculos enfrentados nos mais de 30 anos de carreira.
Qual foi seu maior desafio em Planeta dos Macacos: O Confronto?
Ser o macho, o cara que lidera todo mundo. Sou do teatro musical [risos]! Foi divertido interpretar o cara que está à frente de todos, que tem as respostas. Fiz Batman por sete anos, e o problema com o Comissário Gordon é que ele sempre chega tarde demais. Desta vez, foi difícil ser o cara que chega lá primeiro.
Para que você aceite atuar em um projeto, é importante que o diretor seja um cara bacana?
Sim, sem dúvida. Eu aceitei Planeta dos Macacos: O Confronto sem me encontrar com Matt Reeves, mas falei com ele pelo telefone. E gostei dele. Meu contato inicial com José Padilha foi pelo telefone. Se você vai trabalhar em um filme por quatro ou cinco meses, por 14 horas diárias, é bom estar perto de uma pessoa bacana. Nunca ouvi alguém dizer algo de bom sobre James Cameron. Eu nunca trabalhei com ele, mas também nunca ouvi alguém falar que ele é legal.
Isso me desanima um pouco.
Li em algum lugar que você consegue imitar qualquer pessoa instantaneamente. É verdade?
Sim. Não é algo que eu faça conscientemente. Mas acho que todo ator é assim, não? Acho que observar os outros é parte do trabalho. Eu realmente encaro as pessoas, minha mulher sempre me pede para parar. Sempre reparo nos outros.
Como você se prepara para cada papel?
Eu tenho uma ideia do personagem. Tive de aprender um bocado no caso de RoboCop, por exemplo, porque tinha muita linguagem técnica para falar. E eu tenho dificuldade de memorizar esse tipo de coisa rapidamente. Preciso realmente saber [sobre o assunto] para que ele venha espontaneamente. Mas aí é que está o segredo: você faz o trabalho duro e quando está na frente da câmera não dá para notar esse trabalho. Deve parecer que não há esforço, como se qualquer um pudesse fazer.
Isso vai fi cando mais simples com o tempo?
Não, não...
Ainda fica com medo ou apreensivo antes de um novo personagem?
Nunca me deu medo. Não me dá medo. Acho que fica mais fácil, mas não consigo me lembrar das coisas tão rapidamente. Preciso trabalhar mais para memorizar as coisas à medida que fico mais velho. Quando eu era um jovem ator, um garoto, eu olhava por 15 minutos para uma página de diálogo enquanto estava na cadeira de maquiagem – e pronto. Agora, não consigo mais.
Você disse que fica mais fácil. Não é perigoso pensar assim?
Não acho que é fácil. Na verdade, não é fácil ou mais fácil, apenas nunca me intimidou. Eu sempre gostei e ainda gosto [desse trabalho]. Algumas pessoas realmente ficam nervosas ou aterrorizadas, mesmo bons atores. Eu sou bem relaxado, e trabalho bastante. Certamente tem a ver com a personalidade do ator.
Quando se pergunta a outros atores quem eles admiram, seu nome aparece com frequência. Como se sente em relação a isso?
É engraçado, porque sou apenas eu mesmo. Não penso sobre isso. Claro que me sinto lisonjeado, é bacana que as pessoas digam isso. E houve alguns atores que se sentiram intimidados comigo. Talvez haja alguma expectativa, porque não sabem o que vão encontrar. Talvez Joel [Kinnaman, protagonista de RoboCop], por exemplo, tenha se sentido um pouco assim. E aí viu que sou um cara comum. Me sinto lisonjeado, mas não entendo muito bem.
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