Gilberto Gil puxa as músicas ao violão para a alegria de Bruno Kayapy, Ynaiã Benthroldo e Ney Hugo (a partir da esq.) - MARCOS HERMES

Trio Macaco Bong Leva Gilberto Gil de Volta ao Rock

No show Futurível, grupo cuiabano serviu de acompanhamento de peso ao ícone brasileiro

Por Leonardo Dias Pereira Publicado em 13/01/2011, às 15h16

Faltando pouco menos de 30 minutos para o início da apresentação no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, Gilberto Gil pega seu violão e, com a calma que lhe é peculiar, puxa no camarim o coro de "Omã Iaô" com os três integrantes do grupo Macaco Bong. Em seguida, pergunta para os cuiabanos qual era o tom correto de "Aquele Abraço", combinado nos ensaios que tomaram os quatro dias anteriores. Naquela noite, o músico baiano seria a principal atração do espetáculo musical Futurível, do qual também participariam DJ Tudo e a simpática Banda de Pife Princesa do Agreste. Mas a parte em que dividia o palco com o trio de rock instrumental era a mais aguardada: pela curiosidade sobre a desconstrução musical promovida por Bruno Kayapy (guitarra), Ney Hugo (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria) nos clássicos de Gil e também pela rara oportunidade de se ver um dos representantes da Tropicália liderar, ainda que por um breve tempo, uma banda de rock.

A ideia de juntar os dois nomes começou a florescer dois anos atrás, mas foi se procrastinando por causa da apertada agenda de Gil quando ainda exercia o cargo de Ministro da Cultura. Nos últimos seis meses o assunto reacendeu e, graças à mediação de Claudio Prado, amigo de longa data do ex-ministro e entusiasta do trabalho da banda junto ao Coletivo Fora do Eixo, a parceria finalmente tomou fôlego. "Ele [Prado] chegou pra mim e me propôs fazer esse show. Eu disse que não conhecia a música deles, mas sim o trabalho dos festivais independentes, já que o Juca Ferreira [sucessor de Gil no MinC] tinha estado em um deles. Aí resolvi fazer", lembra Gil.

Um dos pedidos era de que o Macaco Bong escolhesse o repertório e ficasse à vontade para dar qualquer tratamento aos arranjos de suas canções. "A preocupação estética era a de ser uma banda de rock tocando de novo com ele, e pra isso fomos buscar as músicas mais experimentais, do tempo em que ele tocou com o Lanny Gordin", revela Ynaiã, que diz ainda que a banda teve de passar por um processo de reaprender a tocar com um vocalista durante a readaptação das músicas. Se a parceria vai continuar, Gil prefere desconversar, mas sem fechar as portas para um futuro possível (ou "futurível"): "Não costumo fazer planos, até porque os meninos têm as coisas deles e eu as minhas. Daqui a pouco volto pra Bahia no Carnaval, e depois embarco pra uma excursão extensa na Ásia. Vai depender muito deles também. Quando tiverem uma ideia e quiserem me chamar, estou à disposição".

gil gilberto-gil macaco-bong

Leia também

Andrea Bocelli ganha documentário sobre carreira e vida pessoal


Janis Joplin no Brasil: Apenas uma Beatnik de Volta à Estrada


Bonecos colecionáveis: 13 opções incríveis para presentear no Natal


Adicionados recentemente: 5 produções para assistir no Prime Video


As últimas confissões de Kurt Cobain [Arquivo RS]


Violões, ukuleles, guitarras e baixos: 12 instrumentos musicais que vão te conquistar