Lucas Brêda Publicado em 08/12/2015, às 18h47 - Atualizado às 21h07
Como compositor, John Lennon levou Elton John e David Bowie ao topo das paradas. Como músico, ele conseguiu se entrosar com Frank Zappa e Chuck Berry e “brincou” de supergrupo com Eric Clapton, Keith Richards e Mitch Mitchell. Na conta de encontros musicais “além-Beatles” de Lennon ainda consta o baterista do Yes Alan White e a eterna companheira, musa e parceira de composição Yoko Ono. A seguir, conheça as grandes parcerias de Lennon ao se excetuar o trabalho dele nos Beatles.
A mais frutífera parceria de John Lennon depois de Paul McCartney é também a mais polêmica delas. Detestada por ex-integrantes, produtores e engenheiros de som dos Beatles (e basicamente boa parte do resto do mundo), Yoko Ono não só deu nome à principal banda que acompanhou Lennon em carreira solo (a Plastic Ono Band) como dividiu a autoria de canções como “Oh My Love” (Imagine), “Born In A Prison” (Some Time in New York City) e “Kiss Kiss Kiss” (Double Fantasy). No fim do dia, mesmo quando não contribuía com ideias experimentais ou performances, Yoko era a inspiração para quase tudo que Lennon compunha.
Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience) na bateria, Keith Richards (Rolling Stones) no baixo e Eric Clapton (Cream) na guitarra e, comandando o grupo, John Lennon (Beatles) tocando guitarra e cantando. O encontro, promovido para o especial de TV The Rolling Stones Rock & Roll Circus, rendeu uma performance desleixada e extremamente inspirada da sugestiva “Yer Blues” (lançada em The Beatles, 1968). Dificilmente outra formação representaria mais fielmente a produção roqueira da segunda metade dos anos 1960 do que o Dirty Mac (como ficou conhecido o supergrupo).
Quando John Lennon e Elton John decidiram compor juntos, o mais provável era pensar em uma balada que unisse “Your Song” a “Imagine” – ou um blues no estilo “Crocodile Rock” com a agressividade de “It's So Hard”. A parceria, entretanto, rendeu a entusiasmada e dançante “Whatever Gets You Through The Night”, alavancada pelos instrumentos de sopro e pela soma de duas vozes vastamente conhecidas. A faixa foi lançada em 1974, não demorou a chegar ao topo das paradas e propiciou um encontro no palco do Madison Square Garden, em Nova York, durante show de Elton John. Na ocasião, eles tocaram “I Saw Her Standing There” e “Lucy In The Sky With Diamonds”, ambas dos Beatles, elevando aquela noite ao status de, no mínimo, épica.
John Lennon tirou toda a elegância de “Rock & Roll Music”, enchendo de berros a faixa de Chuck Berry, para o disco Beatles For Sale, de 1964. Mas essa não foi a maior relação do roqueiro branco britânico com o bluseiro negro norte-americano. Em 1972, eles uniram forças em duas performances para o programa Mike Douglas Show: “Memphis Tennessee” e “Johnny B. Goode”. Apenas a presença de duas das figuras mais importantes para a construção do rock como gênero já era suficiente para valer o momento. Mas quando Lennon e Berry dividiram o microfone, na apresentação arrastada de “Memphis Tennessee”, ficou claro como o pupilo em muito já havia superado seu mestre – e mesmo assim ainda o venerava como um fã.
As guitarras suingadas e funkeiras, a bateria torta, o baixo irresoluto e, principalmente, a ácida letra de “Fame” não vieram estritamente de David Bowie. Além de coautor, John Lennon forneceu backing vocals e guitarras para a faixa, que depois de lançada em 1975 foi diretamente para o primeiro lugar entre as mais vendidas. “Fame”, aliás, foi a primeira música da carreira de Bowie a alcançar o topo das paradas nos Estados Unidos. A canção abriu caminho para uma colaboração ao vivo em “Young Americans” (faixa de Bowie) e mostra como Lennon e o Camaleão foram dois mestres em unir pop com experimentação.
Sim, Eric Clapton está aparecendo pela segunda vez nesta lista. Não dá para comparar, entretanto, o papel do guitarrista do Cream no Dirty Mac com este show em Toronto, no Canadá. A curta apresentação de John Lennon & Plastic Ono Band, além de Clapton tocando do começo ao fim, contou também com o baterista do Yes, Alan White, comandando as baquetas. O show foi registrado em disco, Live Peace in Toronto 1969, lançado meses depois de ser gravado – e em meio ao fim dos Beatles. Além da precisão de Clapton e White, a apresentação revelou um John Lennon vestido de branco, com barba e cabelo compridos, tocando desde canções-protesto como “Give Peace A Chance” até covers que os Beatles faziam no começo da carreira, como “Money (That's What I Want)”.
“Essa é uma música que eu costumava cantar quando eu tocava no Cavern [Club], em Liverpool”, diz John Lennon, em 1971, durante participação em uma apresentação de Frank Zappa no Fillmore East, em Nova York. “Desde então, nunca mais a toquei”. Ele então passou a tocar e a cantar a faixa “Well (Baby Please Dont Go)”, com Yoko Ono promovendo gritos dramáticos ao fundo e Zappa sendo convocado para um solo furioso de guitarra. A improvável parceria só aconteceu supostamente por uma sugestão de Andy Warhol e gerou quatro performances ao vivo (“Jamrag”, “Scumbag” e “Au”, além da cover já citada) cujos registros tomaram um lado inteiro do disco duplo Some Time in New York City, de Lennon/Yoko. A apresentação de “Scumbag” é a intersecção clara entre o ex-Beatles e o eterno bigodudo.
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