<b>SIMBOLISMO</b> Conor Oberst em Nova York, em dezembro passado - GUY EPPEL

Guitarras Encontram a Filosofia Rasta

Bright Eyes retorna com mensagem do reggae, mas som cru dos primeiros álbuns

Por Jenny Eliscu Publicado em 09/02/2011, às 13h10

Álbum The People's Key

Previsto para 15 de fevereiro

Conor Oberst começou a produção do novo álbum do Bright Eyes usando um princípio como guia: menos é mais. "Em Cassadaga (2007), todo o terreno sônico foi ocupado", diz Oberst, "Aquele disco parecia ter sido deixado no forno por tempo demais. Enquanto fazíamos este álbum, tentamos manter em mente: 'vamos deixar espaço'."

Assim, para o sétimo disco de estúdio do Bright Eyes, Oberst voltou à sua cidade natal, Omaha, para gravar no estúdio de seu companheiro de banda Mike Mogis. Músicas como "Jejune Stars" e "Triple Spiral" condensam os elementos dos primeiros álbuns mais crus de Oberst com a riqueza e sensibilidade melódica que o vocalista desenvolveu em seus trabalhos mais recentes. O clima de altcountry do trabalho solo dele está quase completamente ausente, e faixas como "One for You, One for Me" e "A Machine Spiritual (In the People's Key)" incorporam batidas seqüenciadas e sons eletrônicos soturnos.

O disco tem participações especiais de camaradas das bandas Cursive e The Faint. Mas as contribuições de mais destaque vieram do músico de El Paso, Denny Brewer, um motoqueiro sessentão, xamã da Nova Era, que Oberst conheceu enquanto gravava no Texas - e que adiciona passagens faladas viajantes ao disco. Brewer aparecia no estúdio e passava horas expondo suas ideias sobre a natureza humana e a alquimia. "Muita gente deixaria ele para lá, achando-o um doido por teorias da conspiração", diz ele. "Mas então ele dá uma volta e toca em um ponto completamente verdadeiro."

Oberst também encontrou inspiração inesperada no reggae - nem tanto no som, mas "nos versos e ideias de redenção e libertação". Em "One for You, One for Me", ele canta: "You and me, that is an awful lie. It's I and I" ("Você e eu, esta é uma mentira terrível. É eu e eu"), evocando o ideal rastafári. Há até uma faixa batizada em homenagem a Haile Selassie. "No rastafarianismo, eles falam sobre lutar contra um poder imperial com as melhores ferramentas à disposição, que são música e alma e erva e comunidade", diz. "O simbolismo nesta música me pareceu muito potente e apropriado."

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