Redação Publicado em 14/10/2014, às 06h00 - Atualizado às 17h41
Ainda que este seja apenas o penúltimo episódio da segunda temporada, “Better Angels” representa tudo que envolve o segundo ano da série, culminando na cena na qual Rick (Andrew Lincoln) finalmente mata Shane (Jon Bernthal) – e na qual Carl (Chandler Riggs) mata-o novamente, quando ele retorna como zumbi. Mas o que faz deste capítulo um dos melhores não é que ele contém a morte mais significante que a série permitiu até o ponto, mas que, a partir dela, o grupo de Rick finalmente encontra o santuário.
O barulho da morte de Shane atrai uma nova leva de zumbis, que tiram todos da fazendo em que eles estavam desde o fim da temporada. A propósito, Rick revela um segredo que aprendeu ao fim da primeira temporada: todos que morrem viram zumbis, independentemente de eles terem sido mordidos ou não. Novamente, The Walking Dead coloca o desespero acima da esperança.
Mesmo todos os debates morais e questões acerca da natureza humana no coração da série, eles são feitos para ser assustadores – e poucos episódios revelam isso tão claramente quanto “Claimed”. Ele traça duas histórias paralelas de sobreviventes em situação imediata de vida ou morte: Glenn Rhee (Steve Yeun) encontra-se preso na traseira do caminhão de Abraham; enquanto isso, Rick tenta evitar ser detido por um bando de saqueadores que entram na casa em que ele tem morado.
Em algum lugar da vizinhança, Carl e Michonne (Danai Gurira) estão procurando suprimentos, passando perto de retornar à – agora ocupada – casa. “Claimed” traz 1h de TV preenchida com embates tensos e fugas acirradas. O que falta de impulso ou profundidade narrativa no episódio é compensado com momentos de puro suspense (no estilo de filmes B).
Um episódio controverso entre os fãs, “Live Bait” foge da ação na prisão para mostrar o governador (David Morrissey). Em um espelho do piloto, este episódio revela um governador confuso, tentando se ajustar a uma nova realidade, antes de finalmente encontrar conforto com a família que o acolhe. Para aqueles sem interesse em ver o vilão como um personagem completamente realizado, o episódio talvez devesse estar simplesmente matando zumbis – mas isso, na verdade, define o confronto final entre Rick e o governador no último capítulo da primeira parte da quarta temporada.
O episódio ainda retoma a história de um dos vilões principais: um homem prejudicado tentando apenas conseguir um lugar para ele próprio – e para outros – neste mundo despedaçado.
O épico alvo da terceira temporada começa a ficar em foco neste episódio, que traz Andrea (Laurie Holden) e Michonne à cidade de Woodbury, conduzidos por um falso carismático homem conhecido como “o governador”. Depois dos locais sufocantes e seguros da segunda temporada, “Walk With Me” apresenta outra comunidade bem povoada à família de Rick, dando à série mais conflitos para serem desenvolvidos e diferentes cenários para filmar.
Ele é ainda mais memorável por dois momentos: a reintrodução do selvagem Merle (Michael Rooker), e a cena final da caçada, que conta a insanidade do governador ao mostrá-lo se acomodando em uma cadeira, no confortável quarto da casa dele, que é decorado com tanques de aquário cheio de cabeças de zumbis decapitados.
Depois de o piloto estabelecer o tema principal da série como “homem contra a natureza” (com zumbis sendo “natureza”), o criador da série Frank Darabont fez do resto da temporada sobre “homem contra homem”. Rick finalmente encontra outros sobreviventes e, então, rapidamente descobre que ele teria mais problemas se juntando a humanos do que ele teve despachando zumbis.
Em “Tell It To the Frogs”, Rick está reunido com a esposa, Lori (Sarah Wayne Callies), e o filho, Carl – além do melhor amigo Shane, que tem dormido com a esposa de Rick na ausência dele – em um acampamento. As tensões crescem durante o episódio conforme Shane fica rancoroso por uma das pessoas que estão no local, Daryl (Norman Reedus), se juntar a Rick em uma missão. Quando Shane e Daryl finalmente entram em um conflito violento o motivo são os outros humanos e não os zumbis.
No meio da quarta temporada, a prisão foi finalmente ultrapassada por zumbis. Rick e companhia ficam em pânico, perdendo contato um com o outro. Pelo resto da temporada, a série conta histórias menores sobre os personagens, cada um por si – resultando em um dos mais memoráveis episódios da série.
The Walking Dead nunca foi tão sombria – ou emocionante – quanto em “The Grove”, no qual Tyreese (Chad L. Coleman) e Carol (Melissa McBride) encontram uma casa relativamente segura no campo. Paz e estabilidade parecem estar próximos, até que uma das crianças das quais eles têm tomado conta, Lizzie (Brighton Sharbino), fica convencida de que seria melhor para todos se eles simplesmente morressem e virassem zumbis. Então, Lizzie mata a própria irmãzinha e Carol percebe o que o instinto humano pode fazer.
A segunda temporada pode ter sido calma em um primeiro momento, quando Rick e os outros sobreviventes passam mais tempo sentados em uma fazenda do que matando zumbis e recomeçando uma civilização. Mas logo um pouco da urgência é restabelecida, a começar com o episódio no qual o proprietário da fazenda, Hershel (Scott Wilson) os força a sair e eles respondem tentando provar que a compaixão cristã por zumbis será o pecado dele.
Na brutal cena final, Shane quebra e abre o galpão onde Hershel tem mantido os zumbis que ele tenta curar e todos ficam surpresos ao ver que dentre os mortos-vivos está uma das amigas que eles perderam, Sophia (Madison Lintz). Quando Rick mata a Sophia zumbi é, ao mesmo tempo, uma lembrança dos princípios da série, e um prenúncio do que Shane, que aos poucos vem perdendo o fascínio pela humanidade – como o título do episódio sugere – se tornaria.
O primeiro episódio da terceira temporada remete à obra prima do cineasta George Romero, Zombie – O Despertar dos Mortos (1978), acompanhando Rick e os aliados dele na direção de um espaço cercado – neste caso, uma prisão – onde eles tentam remover os mortos-vivos e fazer um acampamento permanente.
“Seed” é um manual de sobrevivência, com alguns desvios sobre como uma comunidade coopera, uns com os outros, e com estranhos que eles encontram. Como um bônus, ele também dá um foco estendido na personagem favorita dos fãs: Michonne.
A terceira temporada da série foi possivelmente a mais ambiciosa até então, dividindo o tempo entre dois povoados humanos em guerra e introduzindo cerca de 12 novos personagens. Mas o melhor episódio da temporada é uma volta às raízes da série. Rick, Carl, e Michonne vão à cidade natal de Rick, à procura de armas. Lá, eles encontram Morgan (Lennie James) – o vizinho que ajuda Rick no primeiro episódio.
“Clear” mostra o quanto as coisas mudaram desde que a história começou, revelando como Morgan se transformou em alguém raivoso após assistir à esposa zumbi comer o próprio filho. E as cenas finais - e assustadoras - mostram como nosso herói também mudou, quando ele primeiro se recusa a dar carona e, depois, tranquilamente, recupera a mala quando se aproxima do corpo desmembrado do homem que pede carona.
Pode soar como um elogio manjado dizer que o primeiro episódio de The Walking Dead continua sendo o melhor, afirmando: “Bem, tudo se desenrola a partir daqui”. Mas é mais um tributo aos surpreendentes 67 minutos de televisão que compreendem a atmosfera lúgubre ao seriado. Antes do produtor Frank Darabont ser demitido, ele deu o tom ao que a série poderia ser, escrevendo e dirigindo um piloto tão rico e desesperador quanto um filme completo, no entanto, com um final inacabado no lugar de um clímax.
“Days Gone Bye” apresenta Rick Grimes, um oficial de polícia que acorda de um coma em um mundo zumbificado. A imagem de Rick indo à uma zona devastada, sozinho, montado em um cavalo – o último cowboy da terra – dá dicas da maneira com que a série iria fundir terror com outros gêneros, da ação e aventura ao melodrama. E a inacreditável horda de zumbis que saúda Rick em Atlanta deixa claro que dali em diante, até mesmo os melhores planos do herói irão terminar em caos.
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