Dono de um estilo inconfundível, o versátil fotógrafo DANNY CLINCH clicou alguns dos maiores nomes da música pop, do hip-hop e do rock and roll
Paulo Cavalcanti Publicado em 15/09/2015, às 19h02 - Atualizado às 19h33
Danny clinch acumulou um currículo invejável e se tornou um dos mais requisitados fotógrafos das últimas três décadas. Seu trabalho pode ser visto em capas de discos e campanhas publicitárias. Ele também já teve fotos exibidas em inúmeras publicações, incluindo a revista Vanity Fair, o jornal The New York Times e a própria Rolling Stone, além de ser diretor de clipes, documentários e de filmes-concerto.
Nascido em Nova Jersey, Estados Unidos, em 1964, ele conta que desde pequeno começou a se expressar artisticamente. “Eu desenhava e pintava quando era garoto. Mas a inspiração para começar a fotografar nasceu depois que peguei a câmera da minha mãe”, relembra. A ambição da fotografia como ofício veio bem mais tarde, quando Clinch entrou para a New England School of Photography, em Boston. Terminados os estudos, ele rumou para Nova York, onde atuou como assistente de vários nomes consagrados. A grande escola foi o período que passou com a lendária Annie Leibovitz. “Eu a conheci em um workshop”, detalha. “Annie precisava de um estagiário. Fiquei com ela por cerca de um ano. Logo notei que ela não fazia mágica, era o resultado de um trabalho duro e uma visão criativa única.” Clinch diz que outra lição importante aprendida com Annie é a necessidade de cultivar uma identidade própria. “Eu estava imitando o estilo dela. Então, ela me disse: ‘Seja você mesmo’.”
A carreira começou a decolar com o trabalho na revista Spin, que abriu o caminho para que o fotógrafo começasse a fazer cliques promocionais para a Def Jam Records, gravadora-celeiro de grandes artistas do rap. Por causa do envolvimento inicial dele na cena do hip-hop, ao longo dos anos Clinch pôde criar retratos de gigantes como Jay Z, Kanye West, Public Enemy e Beastie Boys.
A paixão por música (de estilos variados) acabou direcionando as escolhas que ele faria adiante. “Eu toco harmônica na The Tangiers Blues Band e sinto que a conexão com os músicos com os quais trabalho é muito importante para mim. Tenho orgulho da minha versatilidade”, diz. Clinch tem cacife para fazer essa afirmação. Na praia do rock, já trabalhou com Bruce Springsteen, Neil Young, Pearl Jam, Metallica e Foo Fighters; também registrou os veteranos Willie Nelson, Johnny Cash e Tony Bennett, além de artistas independentes ou em ascensão, entre eles My Morning Jacket, Alabama Shakes, Mumford & Sons e The Black Keys.
As imagens de Clinch carregam uma naturalidade e uma espontaneidade que poucos profissionais alcançam. “Para mim, o mais importante é criar uma atmosfera relaxada”, ele dá a receita. “Tenho que capturar o momento, mas sempre dou às pessoas a quem fotografo uma direção – mesmo quando elas acham que não precisam.”
Sobre a veia de diretor (Where the Light Is:John Mayer Live in Los Angeles e Van Morrison: One Night in Nashville são dois dos vários títulos comandados por ele), Clinch acredita ser “uma progressão natural” da atividade de fotógrafo. “Eu adoro estar em ensaios das bandas ou em estúdios de gravação. Assim, consigo expressar atitudes reais e autênticas”, declara.
Diversidades em imagens
Três livros compilam o trabalho de Danny Clinch
As obras Discovery Inn (1998), When the Iron Bird Flies (2000) e Still Moving (2014, à esq.) fazem uma compilação da trajetória de Danny Clinch (nenhuma delas tem edição brasileira). O fotógrafo detalha o lançamento mais recente: “É uma coleção de imagens dos últimos 25 anos da minha carreira e celebra a diversidade do meu trabalho. O livro inclui bastidores, retratos de estúdio, cliques [de shows] ao vivo e fotografi as documentais. A introdução é do Bruce Springsteen – eu mal acredito que ele a tenha escrito”.
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