<b>Duas fases</b><br> Robin Gibb, em 2010, em frente à mansão onde morava, na Inglaterra; - Brian Aris/Divulgação

Lembranças de Robin Gibb

Disco reúne material gravado pelo cantor dos Bee Gees em carreira solo.

Paulo Cavalcanti Publicado em 18/11/2014, às 11h10 - Atualizado às 11h48

Quando Maurice Gibb morreu, em 2003, os bee Gees acharam que era o momento de encerrar as atividades. Barry, o irmão mais velho, havia um bom tempo que vivia com a saúde abalada e decidiu se aposentar, ficando longe dos palcos até a recente turnê Mythology, que fez em carreira solo. Robin Gibb, gêmeo de Maurice, seguiu na estrada e até esteve no Brasil em 2005, fazendo concorridas apresentações em São Paulo. Robin manteve vivo o legado do trio e deveria ter retornado ao nosso país em abril de 2011. Mas justamente nesse período o cantor ficou gravemente doente. Ele morreu um ano depois, no dia 20 de maio de 2012, aos 62 anos, vitimado por um câncer no fígado.

Depois do fim dos Bee Gees, Robin Gibb fez várias gravações em seu estúdio caseiro e o material que ele registrou de 2006 até os seus últimos anos de vida chega às lojas em 50 St. Catherine’s Drive (Warner). A artista plástica Dwina Gibb, que tornou-se esposa do astro em 1985, ajudou a preparar o disco. “Robin era incansável”, ela afirma. “A morte de Maurice e o fim da banda foram um baque tremendo, mas ele seguiu trabalhando enquanto teve forças.” 50 St. Catherine’s Drive tem um caráter nostálgico e biográfico. O título é o endereço da casa onde Robin e Maurice nasceram, em 1949, na Ilha de Mann, Inglaterra. “O trabalho apresenta uma visão geral da vida de Robin”, Dwina explica. “Tem ‘I Am the World’, que foi a primeira canção que ele escreveu sozinho. Os Bee Gees a gravaram na Austrália em 1966 e Robin achou que ela merecia uma nova versão.” Duas outras faixas também se destacam, como detalha a viúva: “O DJ inglês Alan Freeman ganhou um tributo em ‘Alan Freeman Days’. Ele foi uma das pessoas que mais incentivaram Robin quando ele partiu para a carreira solo em 1970”. O segundo ponto alto é “Sydney”. Trata-se da última gravação de Robin – é, na verdade, uma demo que fala dos tempos em que os irmãos Gibb chegaram à Austrália cheios de sonhos. “Muita gente achava que Robin era melancólico porque ele cantava a maior parte das baladas”, diz Dwina, que afirma que o humor fazia parte do dia a dia dos músicos. “Robin, Barry e Maurice eram verdadeiros comediantes. Uma vez, encontramos em uma festa o ator Robin Williams. Foi uma cena surreal. Eles se abraçaram e foi só ‘Robin pra cá, Robin pra lá’.”

Para Dwina, os Bee Gees são um patrimônio musical da humanidade. “As gravações que Robin fez com os irmãos são a trilha do diário de vida de muitas pessoas. Quem cresceu com a banda nas décadas de 1960 e 1970 possui alguma canção deles que marcou algum tipo de momento”, afirma.

Adepta do movimento espiritual Brahma Kumaris, a artista costuma ir à Índia. Na última viagem ao país, constatou novamente a universalidade da música dos Bee Gees. “No começo deste ano, eu estava em Nova Délhi, sofrendo com um calor terrível. Eu precisava muito beber algo e entrei em um bar para ver se conseguia uma limonada”, ela relembra. “Para minha total surpresa,

percebi que estava tocando ‘I Started a Joke’. Robin vai estar sempre por perto.”

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