<b>Parceiros</b><br> Gordon (à esq.) e Cooper em 1977 - Cortesia de Shep Gordon/radius-twc

Lenda dos Bastidores

Mike Myers conta a história de Shep Gordon, empresário de Alice Cooper, em novo documentário.

Andy Greene Publicado em 14/08/2014, às 10h47 - Atualizado em 19/08/2014, às 14h39

Há dois anos, o lendário empresário Shep Gordon estava acamado no hospital, se recuperando de uma cirurgia gastrointestinal, quando Mike Myers revelou uma ideia pela qual estava obcecado: um documentário sobre a vida de Gordon. O norte-americano – que foi amigo de todo tipo de gente, de Michael Douglas ao Dalai Lama, e ficou mais conhecido por ter empresariado Alice Cooper – concordou relutantemente. “Eu estava altamente medicado e acho que estava sentindo um pouco de pena de mim mesmo”, conta Gordon.

Myers trabalhou em Supermensch: The Legend of Shep Gordon (A Lenda de Shep Gordon, em livre tradução), ainda sem previsão de estreia no Brasil, por 18 meses. A fixação dele por Gordon nasceu quando os dois se conheceram durante as filmagens de Quanto Mais Idiota Melhor, em 1992. Myers queria que Alice Cooper cantasse “School’s Out” em uma cena do filme, mas Gordon insistiu que usassem uma faixa nova, “Feed My Frankenstein”. “Ele disse: ‘Eu sei que vocês começam a filmar daqui a duas semanas e não têm alternativa nenhuma’”, relembra Myers. “E eu fiquei tipo: ‘Uau’.” Os dois tornaram-se amigos, com Myers passando um bom tempo na casa de Gordon no Havaí, onde era agraciado com histórias hilárias que descreviam as entranhas secretas do mundo da música e de Hollywood nos anos 1970.

The Legend of Shep Gordon traça a vida inteira do protagonista, mostrando desde o tempo em que ele era um traficante hippie que andava com Janis Joplin e Jimi Hendrix aos nove dias que passou como empresário do Pink Floyd (Gordon foi demitido depois que uma casa noturna na qual a banda iria tocar pegou fogo e o dono do lugar não pagou os integrantes). O tema central do filme, entretanto, é como a fama arruína vidas – Gordon viu clientes como Cooper se afundarem no álcool, nas drogas e na egomania. “A fama é a doença industrial da criatividade”, diz Myers. “É uma experiência externa que toma tudo e acaba excluindo qualquer tipo de intimidade.”

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