A dura jornada do rapper Macklemore rumo a um dos maiores hits do ano, “Thrift Shop”
Simon Vozick-Levinson Publicado em 11/06/2013, às 15h08 - Atualizado às 15h08
É quase meia-noite em uma sala aconchegante e iluminada, dentro de um complexo de apartamentos e escritórios em Austin, Texas. Algumas dúzias de dependentes químicos em recuperação falam sobre a luta diária para não beber ou usar drogas. Todos ali têm uma coisa em comum: a filosofia dos 12 passos dos Alcoólicos Anônimos salvou a vida deles. Eles estão sentados sob uma grande lousa que mostra as datas de sobriedade dos frequentadores mais regulares, e quadros com slogans de incentivo (“Vá com calma”, “Primeiro as primeiras coisas”) escritos em letras garrafais. Ben Haggerty, 29 anos, mais conhecido como Macklemore, está sóbrio, descontando uma ou outra derrapada, desde agosto de 2008, quando entrou em uma clínica de reabilitação devido a seus problemas com álcool e drogas. Ele está aqui, na primeira reunião dele em dois meses, porque está assustado: a turnê e a promoção da carreira o mantiveram ocupado demais para acompanhar o programa: “O ano passado foi uma luta”, ele explica. “É muito importante entrar nas salas do AA, sentir o cheiro do café horrível e ser lembrado de que sem a sobriedade eu não teria minha carreira.”
Assim, quando o DJ e produtor de Macklemore, Ryan Lewis, saiu com o resto da equipe no começo da noite para comemorar o sucesso em mais uma premiação, o rapper ficou no trailer vazio. Enquanto isso, Tricia Davis, uma loira linda, noiva dele e gerente da turnê, procuraram por reuniões locais do AA até encontrar esta. Macklemore segue todo o protocolo, murmurando a saudação tradicional e agradecendo antes e depois de cada testemunho. No fim da reunião, ele se junta ao grupo em um círculo, braços em volta dos ombros uns dos outros, e recita o Pai Nosso.
“Estes são meus companheiros”, diz mais tarde. “Me enxergo neles. Entrei, ouvi um cara falando e imediatamente pensei: ‘Sei exatamente sobre que porra você está falando’. Isso me lembra de que não posso me estragar. E o único jeito de sentir isso é fazer parte do programa.”
Macklemore se manteve sóbrio desde então, exceto por um breve deslize em 2011. “Derrapei algumas vezes – literalmente, duas vezes –, acabei bebendo um pouco”, ele conta. “Mas arrumei um padrinho dentro do grupo e fiquei bem mais saudável. Faz quatro anos e meio que não bebo, quatro anos e meio que não fumo maconha e quatro anos e meio que não cheiro.”
Desde que o vídeo de “Thrift Shop” estourou no YouTube no ano passado – ele já tem mais de 300 milhões de visualizações –, Macklemore diz que não consegue mais andar dois quarteirões sem que algum garoto empolgado o aborde. E isso acontece naquela tarde: um jovem aparece pedindo um autógrafo. Minutos depois, duas adolescentes imploram por uma foto. “Claro!”, ele diz, posando ao lado delas com um sorriso. “Tem piorado progressivamente desde o ano passado. Nos últimos dois meses chegou a um ponto em que se eu não sair usando um agasalho com capuz, um boné ou uma peruca, a coisa vira um festival de fotos constrangedoras.”
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