Redação Publicado em 13/01/2014, às 18h55 - Atualizado às 18h57
“Toda Doida”
A irreverência do produtor Péricles Martins e o estilo espevitado da rapper se mesclam em forma de música. Acostumado a trabalhar com referências disco e eletrônicas, ele aproveitou a afinidade de Karol com o reggae para inserir na faixa uma inesperada virada ao estilo jamaicano.
“Irene”
Paixões de um passado distante assombram o coração do ex-Los Hermanos – amores platônicos que foram deixados para trás, um a um, desde a infância até a vida adulta. Para materializá-los, Amarante escolheu um único nome. E foi “Irene”, como na canção de Caetano Veloso.
“Duas de Cinco”
Após a ascensão nacional em 2011, Criolo somente no ano passado lançou canções inéditas, que mais lembram o início da carreira dele. A ótima batida da melhor delas, “Duas das Cinco”, tem sample de “Califórnia Azul”, de Rodrigo Campos, e rimas que passeiam sobre o crime e as drogas.
“Crisântemo”
A faixa mais emocionante de O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui tem a participação da mãe do rapper, Dona Jacira, que conta sobre o dia em que Emicida perdeu o pai. É um samba-rap tocante, que relata um tipo de história cada vez mais comum nas periferias do Brasil.
“Tudo Que Só Fiz por Você”
Em Condição Humana, Guilherme Arantes busca falar a todos, não apenas aos fãs nostálgicos. Só que essa canção é a verdadeira pérola retro do trabalho, uma balada sincera e apaixonada que soaria perfeitamente em alguma FM no distante 1979.
“Tribunal do Feicebuqui”
O veterano topou fazer a locução de um comercial de refrigerante que exaltava as qualidades do povo brasileiro a propósito da Copa. E não demoraram a surgir opiniões favoráveis e contrárias a tal iniciativa. Esta é a resposta bem-humorada e com uma ironia da qual só mesmo Tom Zé é capaz.
“Show das Poderosas”
O Brasil sempre teve uma infinidade de cantoras de estilos variados, mas os hits pop de apelo radiofônico que mais repercutem por aqui são, quase sempre, em inglês. Anitta preencheu essa lacuna e entrou nas pistas – e na cabeça (basta ouvir uma vez para cantar o dia inteiro) – de todo o país em 2013.
“Porcelana”
O Trio de Umuarama (PR) sabe bem como trabalhar suas influências. Uma das produções mais complexamente fascinantes do ano, a moda de viola que o vocalista Nevilton compôs em homenagem ao avô explode em um rock poderoso de letra emocional e guitarras ágeis. Para ouvir e absorver.
“Lucifernandis”
O que tem a ver a figura bíblica de Lúcifer com uma garota “miss lisergia”? Para a psicodelia tropical do Boogarins, tudo. Riffs melódicos e cativantes embebidos de distorção conduzem a trajetória de uma moça desvairada que decidiu viajar para ver o mundo – e não se apaixonou por ninguém.
“Problema Seu”
Assim que o riff da guitarra conduzida por Manoel Cordeiro (pai de Felipe) serpenteia o ar como se fosse uma “Aquarela do Brasil” em versão envenenada e o delicioso suingue do arranjo convida o ouvinte ao arrasta-pé, Felipe Cordeiro dispara uma letra que surgiu dos desaforos que presenciou de um casal brigando na rua: “Você pra mim/ é problema seu”. A letra divertida gruda imediatamente, enquanto o lambadão provoca a cintura do freguês, embalado por trombone, trompete e um corinho feminino que remete aos melhores momentos de Genival Lacerda. “Problema Seu” é apenas a música de abertura de Se Apaixone pela Loucura do Seu Amor, e o cantor e compositor paraense prova em pouco mais de quatro minutos, com simplicidade e sacanagem, que é possível fazer música autenticamente brasileira de qualidade. Fuleiragem das boas em uma daquelas canções que já nascem clássicas.
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