Braço brasileiro da gravadora Sony Music entra no mercado da música gospel
Por Filipe Albuquerque
Publicado em 13/04/2010, às 07h18Dizem que Regis Danese, ex-Só pra Contrariar, vendeu cerca de 1 milhão de cópias com seus quatro álbuns cristãos. Dizem, porque o mercado gospel no país não possui dados confiáveis e suficientes para sustentar números divulgados pela meia dúzia de gravadoras que dão as cartas do segmento pop religioso.
A realidade pode mudar: agora a Sony decidiu entrar nesse mercado. Mas mesmo a major ainda não tem, com detalhes, a real dimensão de por onde se aventurará. "Infelizmente o mercado gospel não tem dados atualizados. Não há sequer uma associação de gravadoras do segmento", lamenta Maurício Soares, executivo contratado para assumir os negócios da Sony no segmento evangélico. No currículo dele estão passagens pelos selos cristãos Line Records (ligado à Igreja Universal do Reino de Deus) e MK, única gravadora do setor que integra a Associação Brasileira de Produtores de Discos (e que também não tem dados desse mercado).
O projeto gospel na Sony Music não será apenas representado por um selo, mas sim por uma nova divisão de negócios dentro da empresa", conta Alexandre Schiavo, presidente da companhia. O executivo avisa que as ações da gravadora no mercado gospel serão uma extensão do trabalho tradicional da gravadora. "Vamos utilizar toda a estrutura da Sony Music para que o projeto tenha acesso às novidades do mercado fonográfico no Brasil e no exterior", completa. Nessa engrenagem, além da equipe de marketing, estão mais de três mil pontos de vendas espalhados pelo país.
Ainda não há nome definido para o projeto gospel da Sony. Segundo Soares, a ideia é incrementar o mercado já existente no Brasil e tentar estabelecer um crossover, com artistas capazes de circular nos dois segmentos, coisa que já ocorre nos Estados Unidos. Lá, MxPx, P.O.D, Switchfood, Sufj an Stevens e Paramore conseguiram. Os executivos preferem não falar em nomes contratados, mas, em entrevista a um site gospel, Soares deixou escapar que um deles deve ser a banda Resgate, quarteto roqueiro ligado à igreja Renascer, nascido na primeira dentição do rock de crente nacional. "Em 12 meses, estaremos entre as três maiores gravadoras do segmento e espero que alcancemos a liderança em pouco mais de dois anos de atividade", vislumbra Schiavo. Em um setor que ainda não entendeu exatamente para que serve a internet, é provável que a Sony se saia bem.