Filme À Beira do Caminho tem trama e trilha permeadas pela carreira de Roberto Carlos
Stella Rodrigues Publicado em 10/08/2012, às 13h35 - Atualizado às 13h40
Dor de cotovelo foi a gasolina que alimentou o novo projeto de Breno Silveira, o longa À Beira do Caminho, que estreia neste mês. Depois de quebrar recorde de bilheteria com 2 Filhos de Francisco, ele deixou o sertanejo de lado e se concentrou na porção romântica de Roberto Carlos. Os versos de amor do Rei são ao mesmo tempo a inspiração da história, o tom e a trilha sonora do filme, que traz no elenco João Miguel, Dira Paes, Ângelo Antônio, o garoto Vinícius Nascimento e Ludmila Rosa. “Quando tinha 17 anos, me apaixonei por uma mulher mais velha”, recorda o diretor. “Foi um relacionamento que durou uns três anos e meio, uma grande paixão. Para mim, aquilo era a descoberta do amor, de verdade. E aí eu levei um belo pé na bunda e comecei a ficar louco.”
A situação chegou a níveis radicais. “Comecei a beber, um dia virei uma garrafa de cachaça e quase entrei em coma alcoólico. Achava que minha vida não teria mais futuro.” O pai de Breno, preocupado, entregou a moto dele na mão do garoto e disse que fosse passear para conhecer alguém. “Na primeira pracinha em que fui fazer a volta, caí e me arrebentei todo.” De coração e alguns ossos partidos, o pai dele, dessa vez, resolveu remendar o filho com música. “Ele pegou uma fita com várias canções do Roberto, só aquelas barra-pesada, e falou: ‘Você tem de entender que todo mundo sofre, não é só você’. E eu ficava chorando e escutando aquela fita em looping. Desde então, Roberto nunca mais saiu da minha vida.”
O Rei passou pelos ouvidos e se instalou com tanto grude na cabeça e no coração de Silveira que o filme é praticamente uma ode a ele: a história de um caminhoneiro (João Miguel) que sofre de um trauma amoroso. A memória afetiva faz com que ele tenha uma relação de amor e ódio com as músicas de Roberto que fizeram sua juventude. O encontro casual com um menino órfão (Nascimento) o coloca em uma saga de amadurecimento emocional sempre devidamente acompanhada por algumas das pérolas que pontuaram a carreira do Rei.
Algumas das faixas liberadas pelo homenageado para a trilha são “Outra Vez”, “O Portão”, “A Distância” e “Amigo”, canção que apela aos sentimentos do protagonista do filme também. “A música me acompanhou quando era pequeno, ouvia esse LP do Roberto Carlos direto por causa dela”, lembra Miguel. O ator atribui esse poder de conquista irracional das composições do Rei aos arranjos. “São incríveis. Ele traz essa dimensão do romantismo com músicas muito boas de cantar.”
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