Costanza&Marilu - Divulgação

“Moda é o reflexo do comportamento de uma civilização em uma certa época”, diz Costanza Pascolato

Ao lado da amiga Marilu Beer, consultora estrela programa charmoso no YouTube

Luísa Jubilut Publicado em 29/05/2014, às 09h39 - Atualizado às 14h28

“A observadora e a criativa”. É assim que Costanza Pascolato enxerga a dupla dinâmica formada por ela e Marilu Beer. E a análise dela não poderia estar mais correta – o contraste fica claro em Costanza&Marilu – Duas Damas do Contemporâneo, o charmoso programa comandado por elas veiculado pelo YouTube. Enquanto a artística plástica argentina faz comentários divertidos como “Eu quero morrer de fumar, de tomar sol e de salto alto”, a consultora de moda nascida na Itália repara em pequenos detalhes. “O Instragram delata”, diz ela em um episódio. “Depois de passar um ano acompanhando o Instagram da pessoa falei ‘Hmm... Something fishy [Algo errado]’!”

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E são justamente as divergências as que dão graça ao sofá-talk-show. “Eu acho que o bonito é estabelecer um diálogo entre as diferenças”, diz Marilu à Rolling Stone Brasil. Para ela, se duas pessoas são muitos parecidas, o diálogo está fadado a ser desinteressante. O senso de humor, no entanto, precisa ser compatível. “Nós rimos das mesmas coisas”, ela conta, com sotaque argentino carregado. “Nós duas nos admiramos mutualmente. Somos amigas há muitos anos”, concorda Costanza. “E estamos cada vez mais próximas.”

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“Tudo aconteceu porque eu, como artista plástica, queria estar no sofá conversando com Pedro Almodóvar”, diz Marilu. “Eu queria contar pra ele que eu sou velha, que nunca me operei, que estou cheia de rugas, que eu falo espanhol e que eu queria atuar em um filme dele.” A ideia, então, era passar o vídeo do encontro – que, infelizmente, nunca aconteceu – em uma de suas exposições. O projeto seria filmado por Paula Trabulsi, idealizadora de Costanza&Marilu. Quando viu as amigas conversando na casa da artista plástica, a publicitária decidiu que não havia necessidade de adicionar o cineasta na mistura: a duas eram mais do que o suficiente para criar uma dinâmica leve e divertida.

Os episódios, por sua vez, são pautados por letras, organizados em ordem alfabética - “A de AGORA”, “B de BRASILIDADE”, “C de CASAMENTO”, e por aí vai –, com pouco mais de dez minutos de duração. “Ninguém aguenta mais do que isso”, diz Costanza, que acha que o YouTube é a plataforma perfeita para o formato. “Se fosse televisão haveria restrições”, opina. “Eu acho mais moderno. E você pode rever a hora que você quiser. Hoje em dia, tudo é mais raso e tem que ser mais rápido.” “Somos duas mulheres de idade, e isso não acontece na televisão”, adiciona Marilu. “Geralmente são mocinhas lindas de saia curto e cabelo liso. O programa surpreende também por isso.”

Marilu diz não ligar para moda – “Eu visto aquilo que é confortável e pronto”. Costanza, por sua vez, se tornou a maior “guru” sobre o tema no Brasil. “Não é tão estranho para mim falar de outros assuntos”, diz ela. “São esses outros assuntos que compõe a minha vida.” Ao longo dos anos, a consultora dominou o estudo da conduta, que antecede a análise da roupa. “Para mim, moda é o reflexo do comportamento de uma civilização em certa época”, diz ela. “Hoje, eu consigo ler a roupa e entender como a pessoa pensa.”

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