Por Fábio Massari Publicado em 11/03/2010, às 11h18
We Are Only Riders - The Jeffrey Lee Pierce Sessions Project (Glitterhouse Records)
Devido e emocionante tributo ao mui saudoso Jeffrey Lee Pierce: segundo o cineasta alemão Wim Wenders, nos depoimentos que acompanham a bolachinha, "um dos maiores blues singers de todos os tempos". Passados quase 15 anos da morte prematura do eterno líder do Gun Club, nem uma certa moral retrospectiva parece satisfazer os amantes da incrível banda losangelina e, principal e devotamente, da sua voz, JLP. Sua poesia (e paixão pela coisa!) punkblues faz uma falta danada e esse "projeto" é de encher os olhos. Com ilustração (já vale meia-entrada) de Tomata du Plenty (Screamers) como bônus de luxo, a coletânea é fruto de uma missão de três anos na vida de um certo Cypress Grove, ex-parceiro de JLP. Numa limpeza de sotão, CG topou com uma leva de cassetes com pouca ou sem identificação. Bastaram poucos acordes para perceber que ali na "JLP Songs" escondiamse algumas jams feitas com Jeffrey Lee Pierce pouco antes de sua morte em 96 - algumas covers, um par de inéditas esboços rascunhos em levada country de um disco que não existiu. Para revisitar suas opções de cover(!) e/ou arrematar, finalizar suas composições, formou-se, não sem esforço, um invejável time de galáticos malditos: Nick Cave, Mark Lanegan, Lydia Lunch, David Eugene Edwards, Debbie Harry, Crippled Black Phoenix, The Raveonettes e pode considerar aí alguns encontros de arrepiar entre essas figuras. Jeffrey Lee Pierce deve estar felizão...
Frank Zappa - Philly 76 (VAULTernative Records)
Mais uma transmissão do sagrado satélite de Laurel Canyon estrelando os sons absolutos de Frank Zappa. Para amantes do Zappa setentista, uma deliciosa e intensa festa de duas horas, com 20 e tantos petardos clássicos capturados ao vivo no Spectrum da Philadelphia, em 29 de outubro de 1976 - o CD duplo inclui as indefectíveis (e curiosamente poéticas) explicações técnicas a cerca do tratamento dado aos arquivos do músico e os depoimentos legais de participantes e familiares (a viúva, Gail, forjou, ao longo dos anos, curioso e bem elaborado discurso para abordar a "questão" Zappa). Tem muita guitarra, "Stink-Foot", Terry Bozzio sensacional, "The Torture Never Stops", Eddie Jobson no violino, "Dinah-Moe Humm" e "CamarilloBrillo", Richard Nixon e a constituição (americana), animais ameaçados e Zappa ensinando a cantar "Muffin Man". Diversão garantida. PS: diferencial importante é a presença da vocalista (de escola soul/ funkadélica) Bianca Odin, que vez por outra parece meio deslocada.
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