Móveis Coloniais de Acaju lança novo álbum e se divide para administrar a carreira
Por Tiago Agostini Publicado em 15/06/2009, às 16h39
São 19h30 e em poucas horas o Móveis Coloniais de Acaju subirá ao palco do Centro Comunitário de Brasília para o show de lançamento de seu segundo disco, C_mpl_te. Sentado à mesa de um restaurante da capital federal, o baixista Fábio Pedroza não consegue nem se levantar para servir seu prato de comida. Ao telefone, ele acerta os detalhes de segurança para o show da noite quando toca o outro celular. "A correria é tanta que eu já desenvolvi uma técnica para falar em dois telefones ao mesmo tempo", revela.
O dia inteiro é assim. Pela tarde, por exemplo, Fábio teve que impedir uma invasão de vendedores ambulantes no local do show. É parte da divisão de tarefas natural que aconteceu com a banda ao longo do tempo, em que cada músico foi assumindo aquilo que mais tem facilidade em fazer. Assim, aos poucos eles abandonam seus empregos e se dedicam em tempo integral ao Móveis. A banda inclusive se tornou uma empresa com CNPJ próprio. "Percebemos que seria preciso nos organizar há uns cinco anos", comenta o tecladista Eduardo Borém, um dos designers da banda e responsável pelo site oficial.
O processo de gravação do novo trabalho acabou levando quase um ano e foi mais difícil do que a banda imaginava, principalmente pela participação do produtor Carlos Eduardo Miranda. "A primeira vez que ele foi a Brasília, mostramos 20 músicas para ele. Achávamos que ia ser fácil, era só tirar 12 dali e gravar. Ele gostou de cinco e disse que as outras não serviam, era pra compor novo material", lembra o saxofonista Esdras Nogueira. "Foi a hora de engolir o choro e trabalhar", lembra Borém.
A tensão de apresentar algumas músicas pela primeira vez é evidente nos bastidores. Afinal, eram quase 5 mil pessoas que enfrentam a chuva que castiga Brasília. Com a contagem regressiva no telão, os nove se abraçam em roda, como um time de futebol em dia de final de campeonato. E, quando eles tocam a primeira música de trabalho do disco novo, "O Tempo", - e a plateia a canta como se ela fosse uma velha conhecida, - o jogo está ganho desde o começo.
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