Kim Neely Publicado em 05/01/2012, às 11h48 - Atualizado às 17h53
"Oi, Jim, como está seu rosto?", pergunta Perry Farrell, entrando em um ônibus de turnê estacionado atrás do palco no Shoreline Amphitheater, em Mountain View, Califórnia. É o segundo dia do final de semana de abertura do Lollapalooza e, exceto um show-surpresa de 20 minutos no palco secundário do festival com o Porno for Pyros, os fãs no Shoreline não viram muito de Farrell. Nos bastidores, parecia estar lá, mas não realmente lá, uma aparição tranquila carregando uma caneca com vinho barato, entrando e saindo de maneira inconspícua, sempre com aquele sorriso estranho, meio chapado, de “eu sei algo que vocês não sabem”. No momento, Farrell está perguntando sobre o bem-estar de Jim Rose, o mestre de cerimônias do Jim Rose Circus Sideshow. Antes, para o delírio de gente do tipo “vamos ver um acidente de carro” (cerca de sete mil deles, em volta do palco menor do Lollapalooza), Rose tinha pressionado o rosto em um monte de vidro quebrado e, depois, grandiosamente convidou alguns espectadores para pisar na parte de trás de sua nuca. Agora, Farrell quer saber como ele fez aquilo. “Estou certo?”, pergunta. “É com o braço reto?” “Não”, responde Rose. “Não?”, pergunta Farrell. “Você fica confortável e deixa que pressionem, esperando que não tenha uma ponta áspera que vá estourar?” “É exatamente isso”, diz Rose. “O que acontece, cara, é que você tem de conhecer o vidro. Tem de diferenciar uma garrafa de vinho de uma garrafa de cerveja de um vidro de molho inglês e, então, simplesmente esperar.”
Farrell está fascinado, cada milímetro dele é como um fã impressionado. Era loucura Farrell esperar que poderia superar a turnê bem-sucedida do Lollapalooza do ano passado? Em termos de mais entretenimento por seu dinheiro, não. “Tenho de admitir que provavelmente houve um pouco de ceticismo depois de ver o primeiro”, diz Eddie Vedder, líder do Pearl Jam. “Nada é tão legal quanto o primeiro, mas vou te dizer, tenho muito orgulho em fazer parte disto. Fizemos um show ruim ontem e o mais legal foi perceber que isso não importava, porque havia tanto a fazer. Você percebe: ‘Ok, então o baixista errou em uma música ou duas’ ou ‘Não conseguiram ouvir meu vocal – grande coisa’. Isso tudo é muito maior do que bandas individuais.”
O Lollapalooza 92 oferece uma exibição muito mais impressionante de arte, informações políticas e esquisitice do que o festival do ano passado. Mas e o “clima”? Foi loucura Farrell acreditar que o ar artístico e levemente revolucionário da turnê não seria estragado pela brisa fedorenta e repleta de burburinho do capitalismo? Talvez. O Lollapalooza 91 foi a turnê azarão que podia ser, encantada pelo idealismo hippie e pela excentricidade que era característica do Jane’s Addiction. O fato de isso ter se tornado um grande negócio pareceu pouco mais do que um efeito colateral, um bônus. Mas isso foi no ano passado – antes de o Nirvana receber quatro discos de platina, antes de o Helmet assinar um contrato de US$ 1 milhão, antes de fãs que gostavam do Red Hot Chili Peppers na época de Freaky Styley começarem a torcer o nariz com piercing para o público bobo de Blood Sugar Sex Magik. Neste ano, todos querem ser alternativos, e o Lollapalooza 92 foi visto como um tesouro desde o começo. E a ideia de que 40 mil jovens brancos de classe média estão se espremendo neste fim de semana para ver o Lollapalooza como um meio de, como Kim Thayil, guitarrista do Soundgarden, diz, “afirmar sua alternatividade” – e que os organizadores da turnê estavam lucrando com isso – é uma pílula amarga que alguns dos artistas engolem. “Não há nada revolucionário em tocar para grandes promotores comerciais monopolizadores do rock por quase 40 paus o ingresso”, ecoa Jello Biafra, ex-vocalista do Dead Kennedys, que estava ali para se encontrar com os amigos do Ministry. “Há algumas organizações interessantes que puderam montar estandes. Esse, pelo menos, é um começo para esses garotos suburbanos que estão acostumados a simplesmente seguir o bando, olhar o ícone no palco e, depois, voltar para casa. Mas ainda é como ‘Las Vegas’ com uma camisa de flanela.”
“Você não tem de ser um puta idiota para realmente engolir algumas porcarias apresentadas?”, pergunta Thayil. “É cínico dizer ‘Não vou engolir’ e mostrar a real sobre algo? Essa turnê é um entretenimento para a classe de lazer – não há fingimento nisso. É simplesmente uma liberação da culpa para os garotos do sistema. Estou cansado dessa mentira de que a música alternativa de alguma forma oferece algo anticorporativo.”
Ontem, no palco, Chris Cornell, companheiro de banda de Thayil, fez uma pausa entre músicas para mencionar outro incômodo comum no festival deste ano. Desde o momento em que a escalação foi anunciada, os detratores começaram a reclamar da falta de diversidade na lista predominantemente masculina de hard rock. “Gostaria de pedir desculpas por todos nós”, disse Cornell. “Meu pênis também gostaria de se desculpar”, acrescentou, levando o microfone à virilha e dizendo “Desculpe, desculpe” em uma voz aguda. A julgar pela reação do público aos shows do Soundgarden e do Pearl Jam, o pedido de Cornell foi desnecessário, mas não há dúvida de que o Lollapalooza 92 está carregado de testosterona; a escalação é tão incrivelmente macho e voltada a feedback que a banda feminina Lush e o pop artístico escocês do Jesus and Mary Chain tiveram reservas sérias quanto a participar. “Ficamos um pouco intimidados com tudo isso”, diz Miki Berenyi, a líder de cabelos neon do Lush. “Pensamos: ‘Ai, Deus, vão achar que somos uma bandinha pop inglesa ruim’.” O que aconteceu é que o ataque do Lush, além dos vocais etéreos de Berenyi e da guitarrista Emma Anderson, é quase tão sujo quanto o das atrações de Seattle, e o público tem sido receptivo. “Achávamos que todos seriam fãs de Soundgarden, por exemplo, parados na frente nos mostrando o dedo do meio”, conta Anderson. “Mas tem sido ótimo.” Quando perguntadas se ganharam novos fãs entre algumas das outras bandas na escalação, há uma pausa dolorosa e, depois, Berenyi e Anderson caem na risada. “O pessoal do circo, que é como nós”, afirma Berenyi. O Jesus and Mary Chain ainda não conseguiu começar a rir. “Nós nos metemos nessa”, diz o vocalista Jim Reid. “Não estou dizendo que é ruim, mas é assustador. Dá um baita medo.”
"Tenho medo do Lifto", diz Ice-T. “O Lifto amarra um tijolo no pinto.” O rapper, que impressionou o público no Lollapalooza no ano passado e está servindo de mestre de cerimônias informal nos shows no Shoreline, está se referindo às estripulias bizarras que acontecem nos intervalos do Lollapalooza. O palco secundário conta com Boo-Yaa Tribe, Cypress Hill, House of Pain, Sharkbait e uma trupe de arte performática conhecida como Archie Bell’s Future Kulture e também terá artistas locais em cada cidade. No entanto, a atração absolutamente imperdível é o Jim Rose Circus Sideshow, de Seattle, que faz duas apresentações por dia. Uma das atrações de Jim Rose, o Amazing Mr. Lifto, um gigante careca que sobe ao palco usando meia-calça preta, salto alto e um quimono rosa, virou o favorito das bandas do palco principal. Sua especialidade é pendurar vários objetos pesados nos vários piercings espalhados por seu corpo, com os itens mais chocantes sendo o bloco de concreto e o par de ferros quentes que pendura no pênis e nos mamilos.
Entre os outros artistas: o Torture King, que come cacos de uma lâmpada queimada (segurando um microfone em frente à boca, naturalmente, para que você possa ouvir cada mordida excruciante) só para aquecer; Paul Lawrence, o Enigma, provavelmente é mais conhecido pelo que engole além de espadas – uma variedade de vermes vivos, grilos, lesmas e – o petisco que dá mais nojo – larvas; a especialidade de Matt the Tube Crowley é aspirar por um tubo no nariz gororobas diversas e, depois, cuspi-las de volta. Algumas pessoas na plateia beberam a cerveja que Crowley regurgitou. Delícia.
Através disso tudo, Jim Rose serve de anunciador moderno para os outros artistas – “Um grilo! Lamba!”, grita enquanto Lawrence coloca um inseto nos lábios, ou “É ciência... Estou encantado!” Rose também passa muito tempo na trilha da tortura, com suas maiores conquistas sendo o Tabuleiro Humano de Dardos (os dardos são reais – dá para notar pelo modo como tremem quando atingem suas costas) e o já mencionado espetáculo do rosto no vidro. Rose e os companheiros dele estão atraindo plateias consideráveis: a maioria dos espectadores parece mais fascinada do que enojada. “O show trata de alteração do corpo”, afirma Rose. “Será interessante, mas não polêmico. O que fazemos já era feito desde o século 19 até a década de 50, coisas que sua tia-avó Betty assistia. A diferença é o modo como fazemos – mais ousado, com muita energia e acelerado.” O que Rose carinhosamente chama de seu “circo das cicatrizes” é a atração mais estranha do Lollapalooza, com certeza, mas há muito mais para ver no festival deste ano – tanto que ver tudo significa basicamente assistir a mais de um show. Até fãs que ficam de pé em seus assentos para a maratona de 12 horas de música absorvem mais do que o sol e o dano auditivo de longo prazo: um placar eletrônico de estatística oferece factoides entre as apresentações, que vão do obscuramente divertido (“Porcentagem estimada de nozes que os esquilos perdem porque esquecem onde as colocaram: 50”) ao político (“Discos não matam crianças – balas sim”).
A mostra de arte aumentou este ano; telas e esculturas estão espalhadas por toda a área. The Rhythm Beast, uma escultura sonora interativa gigantesca feita de vários objetos tocáveis, parece ser um grande sucesso entre os fãs. Entre os cerca de 30 artistas vi suais que viajam com a turnê estão o criador de Zippy the Pinhead, Bill Griffith, o pintor e aerógrafo Robert Steven Connett, cujas imagens obscuras e surreais são impressionantes, mas não para os fracos; e Bruce Pollack, um mestre da manipulação da mídia que recombina imagens familiares para “chocar e desestabilizar as reações tradicionais provocadas pela propaganda” – uma amostra típica da obra de Pollack é um outdoor com os logotipos de Visa e Mastercard, um imenso código UPC e a legenda “Você está sob vigilância constante”.
Há estandes que vendem de tudo, de livros a tatuagens temporárias, exibições de realidade virtual e bebidas inteligentes com aminoácidos para o ciberpunk e saltos de bungee jump (por US$ 79, para quem busca emoções). Para quem se importa com caridade, há a Roda da Fortuna do Sexo Seguro, cuja renda vai para organizações locais de pesquisa sobre a Aids; os fãs giram a roleta para ganhar CDs, passes para os bastidores,camisinhas e uma entrada para o Crush Cage, uma estrutura montada perto do segundo palco cheia de martelos e TVs e aparelhos antigos para destruir. “Wake Up, Mr. President, What About the Homeless” é um medidor de força, cuja renda é direcionada para a organização Coalition for the Homeless em cada cidade.
E, claro, os estandes políticos. De Rock the Vote a Cannabis Action Network, dezenas de organizações esperando atrair ouvidos jovens estão a todo vapor.
“É o maior público para o qual já toquei”, diz Ice Cube, refrescando-se nos bastidores depois de seu show. “Mal posso esperar para chegar aos 30 mil. Assisto na TV a esses videoclipes de rock – gosto dos de show, com 60 mil ou 80 mil malucos simplesmente enlouquecendo. Como artista, é incrível se apresentar para tanta gente.” Ele está se divertindo. Durante os dois shows deste fim de semana, Cube e sua banda, Lench Mob, fizeram todo o público no Shoreline comer na palma de suas mãos. O espetáculo de 20 mil garotos brancos dançando ao som de letras como “The Wrong Nigga to Fuck Wit” e “How to Survive in South Central”, balançando as mãos no ar e sendo levados em cantos repetidos de “Fuck you, Ice Cube” foi o assunto da turnê. Cube teve suas próprias reservas quanto a tocar no Lollapalooza, o que é outro motivo para a presença de Ice-T neste fim de semana. Ele apareceu para dar um apoio moral do tipo “já passei por isso” a Cube. “Sabia que o Ice-T tinha o Body Count”, diz Cube, “e perguntei: ‘Bom, eles foram mais receptivos a seu rap ou ao Body Count?’. Ele respondeu: ‘Simplesmente vá lá com suas músicas, eles te amam. Esses meninos compram sua música, mas nunca tiveram a chance de ir a um show de rap. Só faça o seu trabalho e se divirta’.”
“Para ser sincero, não sabia o que esperar”, acrescenta Cube, “mas quando toquei as primeiras duas ou três músicas e vi que todos estavam curtindo, tive de pular no meio da multidão. Eles querem que você vá lá e pire, entendeu?” Uma cacofonia é ouvida do lado de fora do camarim: aparentemente, o Ministry acabou de lançar seu ataque. “O Ministry é a banda mais louca e barulhenta que já existiu”, afirma Cube. “Conheci o vocalista – ele é maluco de pedra, entendeu? O som é simplesmente alto.” Aponta para um aviso na parede do camarim. “Esta porcaria diz que não podemos ir acima de 98 decibéis. Eles estão a 140.Pensam: ‘Danem-se as multas, dane-se tudo’. Adoro isso. Qualquer coisa pesada, que os pais queiram proibir e eliminar, eu gosto.” Os instrumentos do Ministry deixaram gente de queixo caído antes que qualquer nota fosse tocada. Alguns ficaram impressionados com a quantidade; outros ficaram intrigados pelos esqueletos enormes de uma espécie indeterminada que enfeitavam uma rampa nos bastidores como sentinelas assustadoras. Para que servia aquilo?
Como o show de ontem da banda revelou, tudo era basicamente para o entretenimento de Al Jourgensen, líder do Ministry – ele sobe neles e cruza o palco como skates ossudos. Apenas isso sozinho – a visão de Jourgensen, com dreadlocks e aparência sinistra, zanzando sobre um esqueleto rolante com uma toalha enrolada na cabeça – vale o preço de um ingresso (“Na verdade”, diz Paul Barker, “tenho de ficar atento para não levar uma porrada”). Inicialmente, o Ministry recusou a oferta de tocar no Lollapalooza, mas reconsiderou porque, de acordo com Barker, “parte de nosso plano de cinco anos é ter nosso próprio estúdio, e ainda não temos”. Atraídos pelo pensamento de financiar parcialmente seu próprio estúdio particular, os membros da banda apresentaram uma lista de exigências aos organizadores do Lollapalooza – uma das quais era se apresentar à noite – e um acordo foi alcançado. “É meio insensível”, afirma Barker. “É difícil para nós, porque é uma concessão total em muitas formas. De repente, somos parte deste pacote e não temos nenhum direito a opinião sobre pra quais organizações tocamos em diversas cidades. É o tipo de coisa do qual nunca queremos abrir mão de controlar. Ficamos queimados em muitos lugares e não queremos mais trabalhar para aqueles malditos. Então, temos de engolir nossas palavras e acredite em mim, cara, essa não é a nossa praia.” Ontem, seus companheiros vampirescos de Ministry estavam resmungando – desgostosos com o circo da mídia no Shoreline e com o fato de que ainda não estava escuro quando o horário do show chegou. No entanto, o humor melhorou quando o pôr-do-sol ocorreu bem no meio da apresentação de 60 minutos. “Não é mais um piquenique”, gritou Jourgensen no palco. “Podem guardar o queijo e o vinho.”
Depois do Ministry e de Ice Cube, o Red Hot Chili Peppers tem um baita trabalho pela frente, especialmente porque ainda está aparando as arestas com o novato Arik Marshall, que entrou depois que o ex-guitarrista John Frusciante abandonou a banda de repente, em maio. “É uma situação cosmicamente confusa e horrível perder um membro da família assim”, diz Anthony Kiedis, vocalista do Peppers. “E não queríamos que isso acontecesse. Emocionalmente, é muito triste e devastador, mas é o que aconteceu, e temos de seguir em frente. É o que ele queria e é com o que tivemos de lidar.” O set list, que começa com “Give It Away” e passeia pelos discos Blood Sugar Sex Magik, Mother’s Milk e The Uplift Mofo Party Plan, é um tiroteio potente com os toques estranhos de sempre: da vestimenta no palco (a calça de Kiedis tinha a frase “Save our Ass”, “salve nosso traseiro” e Flea não estava usando calça alguma) às vezes em que Flea cantava a capela, em falsete. Uma boa parte do show provavelmente deixa a plateia lutando contra a vertigem, graças a um catavento preto e branco que girava atrás do baterista Chad Smith. Só há uma maneira de superar algo assim – chegar para o bis com um capacete que lança chamas do topo de sua cabeça enquanto você toca “Crosstown Traffic”. Sim, eles fizeram isso. Teria sido tentador para o Peppers desistir do Lollapalooza após a saída de Frusciante – ou, pelo menos, permitir que o incidente interrompesse as providências, mas está claro que a banda prefere se concentrar nos aspectos positivos e seguir em frente. “Há coisas ótimas em uma turnê como esta”, afirma Kiedis. “Uma delas é que não temos de passar o som, então podemos descansar bastante. Outra é que podemos fazer novos amigos, desenvolver novas relações musicais.” Percebendo isso ou não, Kiedis acabou de falar o único motivo real para qualquer uma das bandas na escalação querer tocar no Lollapalooza. “Estava atrás de Ice-T e Ice Cube, e Perry Farrell estava jogando basquete atrás de mim”, conta Eddie Vedder. “Quando pensei que um dia isso aconteceria?”
Dois dias depois do início da turnê, laços tênues já estão se formando. Na noite passada, no hotel onde as bandas estão ficando, Ministry e Boo-Yaa Tribe confiscaram os equipamentos da banda de salsa que tocava no saguão e começaram a sistematicamente destruir os amplificadores. Hoje, durante o show do Chili Pep pers, Boo-Yaa Tribe, Ice Cube e Ice-T subiram ao palco para uma jam. Pergunte aos músicos sobre isso e todos eles dirão que esse é o verdadeiro motivo para estarem ali. “Há uma camaradagem real entre as bandas e as equipes, as pessoas que estão montando o show”, afirma Kim Thayil. Vedder concorda. “Pode haver porcaria da mídia por aí, alguma banda pode odiar a outra”, diz. “Mas no frigir dos ovos, e todos passamos tempo juntos, sabemos que estamos enfrentando as mesmas coisas.” “A chave para esta turnê funcionar é a convivência entre grupos”, diz o veterano Ice-T. “Se você pega um grupo nesta turnê e ele é composto por babacas, não vai ter sucesso. Não dá para ter forasteiros. O que levo aqui, mais do que simplesmente me apresentar, foi aprender sobre as bandas. Acabei ficando amigo de Siouxsie and the Banshees e do Buttho le Surfers; eu e Henry Rollins agora somos melhores amigos. Agora, o Cube conhece os caras do Ministry, estava falando com os do Pearl Jam. É disso que se trata. Talvez seja por isso que vim”, acrescenta. “Sendo um veterano disto aqui, queria ver se funcionaria, então saberia que tinha uma chance de isso acontecer no próximo ano. Desse jeito, todas essas pessoas ficarão conectadas a esta turnê.”
Então é apenas sobre a música? Fazer jams? A vibração política de mudar o mundo do Lollapalooza foi perdida em um borrão de elo musical e marketing inteligente? Perry Farrell estava falando com uma parede de tijolos ontem quando, no fim do show do Porno for Pyros, disse ao público: “Herdaremos esta terra – é nossa... é nossa”.
Farrell não nega que o Lollapalooza seguiu, até certo ponto, o caminho dos sapatos Doc Martens e das camisas de flanela – o mainstream. Mas ainda não está pronto para vê-lo como um bom e velho show de rock. “O que o Lollapalooza II provou”, afirma Farrell, enquanto os últimos fãs estão saindo do Shoreline, “é que há um mercado sério para uma contracultura da juventude. Essa é a notícia ruim. A notícia boa é que essas pessoas, mais cedo ou mais tarde, estarão em posições de proeminência, e fomos nós que ensinamos tudo a eles.”
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