<b>Repaginada</b> <br> Nanda Costa diz que mudou o físico em prol de nova personagem. - Dede Nicolau

Nanda Costa

Após ser criticada como protagonista, atriz retorna a papel de destaque em novela.

Stella Rodrigues Publicado em 10/07/2014, às 16h34 - Atualizado em 16/01/2015, às 18h37

Nanda Costa não se abalou com as críticas que recebeu por seu primeiro papel de destaque na televisão, na novela Salve Jorge, da Globo, entre 2012 e 2013. Após o fim do folhetim, ela seguiu investindo em personagens na telinha (na série O Caçador) e nos cinemas (no ainda inédito Infância, por exemplo). Agora, a atriz se prepara para novamente passar pelo escrutínio público na nova novela das 21h, Império, prevista para estrear este mês. Escalada para interpretar Tuane, uma “vilã ambígua”, como ela define, Nanda quer continuar a equilibrar projetos alternativos com a loucura midiática que é estar no horário nobre da TV.

A primeira coisa que foi noticiada quando anunciaram seu papel em Império foram as mudanças físicas pelas quais você passou. Por que esse ainda é o interesse número 1?

Eu gosto de dar o corpo que a personagem precisa. Tudo ajuda a compor. Como é uma mulher sustentada pelo marido, imaginei que era uma pessoa com tempo de se cuidar. Acho que [o visual] é o que mais se comenta porque é visível. Se eu falo de um curso que eu fiz ou um livro que li para o papel, as pessoas não se interessam. “Nanda Costa faz um curso ‘xis’ e mudou...” – ninguém se interessa! Mas “Nanda Costa perde tantos quilos, conheça a dieta”, vão clicar para fazer igual [risos].

Como você lida com o universo da fofoca? Aliás, uma busca rápida no Google me diz onde você jantou a semana passada toda.

É só: “De shortinho, Nanda Costa vai jantar...” E daí, gente [risos]? A partir do momento em que você se torna uma pessoa pública, vão falar. E vão interpretar de determinada forma, te colocar em um lugar. Mas acho um pouco vazio, pequeno. As pessoas não têm interesse no que você pensa, só na forma que você imprime. A imagem é o que mais sai, o que mais vende, então... vamos lá, não é?

E quando a fofoca é maldade? Na época do Salve Jorge aconteceu muito isso, não?

Ninguém joga pedra em uma árvore que não produz frutos. Quanto mais exposto estiver, com sucesso, mais vão falar. Estava em um megadesafio – qual atriz não quer protagonizar uma novela das 21h? É o carro-chefe da Globo. E foi minha primeira protagonista, nunca tinha feito outra. As pessoas comentam mesmo. Mas procuro não dar a mesma importância [que dou] a prêmios, elogios e reconhecimento. Também recebi muita coisa boa.

Falou-se bastante do seu ensaio nu para a Playboy. Acha que tem muita caretice na esfera artística, que teoricamente é um meio mais liberal?

É delicado falar disso, na verdade. Tento não julgar, não criticar. Nem meus personagens, nem as pessoas. Faço um filme do Claudio Assis [A Febre do Rato], que é outra linha, no qual apareço nua em cima de um carro, por acreditar na arte e acreditar nos profissionais envolvidos no filme. Ao mesmo tempo faço a mocinha da novela das 21h, faço uma religiosa sem vaidade nenhuma em O Caçador, e agora uma personagem totalmente vaidosa. Estou sempre em movimento, não fi co pensando: “Ai, isso é caretice, isso não é”.

A Globo teve surpresas positivas com audiência de novelas ultimamente, mas também sustos e fracassos. Como você avalia essas recepções inesperadas do público?

A forma de se ver novela está em constante mudança. Com as redes sociais, as pessoas assistem tuitando, mandando e-mail. Não dá para julgar se é pela história ou não. Antes era “vou parar para ver a novela”, agora tem aplicativo no celular, tem gente dirigindo e vendo TV ao mesmo tempo. Não acho que é só a história [da novela que é avaliada], tem a ver com os assuntos, alguns se repetem, aí não são tão interessantes.

Recentemente, você publicou um vídeo no Instagram cantando. Tem aspirações musicais?

Sempre fui apaixonada por música, era do coral de Paraty quando era novinha. Tenho coleção de vinil, adoro Ella Fitzgerald, Elza Soares, Noel Rosa, Cartola, Gonzaguinha, Gonzagão, vai de tudo! Aprendi a tocar violão com 14 anos sozinha, pegando cifras na internet, mas não tenho ideia de fazer profissionalmente.

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