Líder do Linkin Park fala sobre o new metal, o disco A Thousand Suns e os (não) planos para o Fort Minor
Por Bruna Veloso Publicado em 28/10/2010, às 18h05
Mike Shinoda, a mente criativa por trás do Linkin Park, falou à Rolling Stone Brasil por telefone, semanas antes de se apresentar no festival SWU (saiba como foi o show). Em nossa edição de outubro, você confere um RápidasCom... o músico (leia um trecho aqui); abaixo, você lê mais da entrevista.
Em Minutes to Midnight, além de fazer rap, você passou a cantar mais. Você também buscou isso em A Thousand Suns?
Acho que sim. O engraçado é que sempre cantei enquanto escrevemos. Chester [Bennington] e eu trabalhamos nisso. Muitas das faixas que você conhece tinham minha voz na demo, e à medida que trabalhávamos, Chester acabava cantando tudo. Esse era o nosso processo, em parte porque minha voz não é tão boa. Mas com o passar do tempo, com os shows, acho que aprendi com Chester por osmose. O que acontece mais é gravarmos nossos vocais juntos, para depois decidir o que fica com quem - e às vezes as músicas são mixadas de uma forma que você quase não pode dizer se sou eu ou Chester cantando. Na primeira vez que mostramos boa parte desse material para pessoas próximas à banda, acho que em um terço das músicas ninguém sabia dizer se a voz era minha ou dele.
O que a Thousand Suns representa para o Linkin Park, considerando que ele foi lançado dez anos após Hybrid Theory, o primeiro disco da banda?
Surpreendentemente, acho que não pensamos muito sobre isso. Estamos cientes de que o tempo passou e de quanto esse grupo aprendeu. Mas acho que estamos mais animados com o fato de podermos continuar nos desenvolvendo, mudando, experimentando. Não nos se sentiríamos confortáveis em fazer sempre a mesma coisa.
Um dos sons dos anos 2000 foi o new metal. Agora, em 2010, você diria que o new metal está morto?
Eu não tenho uma opinião sobre o new metal. Acho que esse gênero foi ligado a nós, mas nós nunca quisemos levantar "a bandeira do new metal". Não odiamos o termo nem nada... Hybrid Theory e Meteora foram álbuns inspiradores de se fazer, na época sentíamos que estávamos fazendo algo único e diferente. Mas com o passar do tempo, queríamos continuar sentindo que estávamos fazendo coisas novas. Repetir não parecia ser a coisa certa a fazer. Sempre que uma demo de qualquer um de nós aparecia no estúdio e sentíamos que era algo previsível, ficávamos menos animados. Queríamos ouvir algo que nos fizesse coçar a cabeça e pensar: "Que diabos está acontecendo?". Às vezes, acontecia de as pessoas escutarem demos e não saber se tinham gostado ou odiado: elas simplesmente não sabiam, porque era muito diferente.
Pensando no Hybrid Theory: você acredita que o Linkin Park foi pioneiro em levar essa mistura de sons ao mainstream?
Eu não sei. Quando fazemos música, não queremos ser parte de um gênero. Pra gente é meio que inconsciente, não pensamos muito. Pensamos o contrário: se algo soa muito como um gênero específico, vamos lá e colocamos algo que seja oposto, especialmente em A Thousand Suns. Estamos ficando velhos e temos, provavelmente, um vocabulário musical melhor. Então não estamos mais conversando apenas sobre "mixar A com B", como rock com rap. Agora pensamos em que tipo de rock, que tipo de rap estamos falando.
Você tem planos para o Fort Minor?
A razão para eu ter gravado um disco com o Fort Minor foi o fato de não sentir que aquelas músicas pertenciam a um disco do Linkin Park. Acho que o Chester teve o mesmo sentimento em relação ao Dead by Sunrise. Mas acho que a nossa ligação cresceu tanto que agora posso colocar a energia que eu tinha para o Fort Minor no Linkin Park.
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