O RETORNO DO “IMORRÍVEL”

Veterano da soul music brasileira, Di Melo lança disco após 40 anos

ANTÔNIO DO AMARAL ROCHA

Publicado em 11/11/2015, às 16h37 - Atualizado às 16h43
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Di Melo quer recuperar o tempo perdido - Paula Tonelotto/Divulgação

Foi após o lançamento do documentário O Imorrível, em 2011, que o nome do músico pernambucano Di Melo voltou a fi car em evidência. Radicado em São Paulo na década de 1960, ele fez carreira cantando em casas noturnas e chegou a gravar um único disco, homônimo, em 1975 (hoje, item de colecionador).
De volta a Pernambuco e longe do circuito musical, sobreviveu a um grave acidente de moto, o que lhe rendeu o apelido que dá o nome ao fi lme. Já nos anos 1990, foi redescoberto por DJs europeus e virou cult, chegando a aparecer em um clipe do Black Eyed Peas.
“Nunca parei, tenho mais de 400 músicas e até parcerias com Geraldo Vandré”, revela o também entalhador, artista plástico e marchand. “Andei desanimado e passei um tempo negociando com artes plásticas para sobreviver.”
Com orgulho, ele conta que Will.i.am, líder do Black Eyed Peas, citou seu nome e o de Jorge Ben Jor como exemplos da música brasileira que aprecia. Voltando a se apresentar ao vivo, Di Melo prensou algumas cópias do LP de 1975, que teve participação de Heraldo do Monte e Hermeto Pascoal.
Imorrível é também o nome de seu segundo disco, recém-lançado. Com 12 faixas de apelo dançante que fundem samba-rock, funk, soul, R&B e groove, em que se destacam os arranjos de metais de Pedro Diniz, o álbum recoloca o músico no mercado fonográfi co e reafi rma seu talento como um dos precursores da soul music nacional.
“Estou no melhor momento”, ele comemora. “O Todo-Poderoso está me iluminando e estou pedindo saúde para dar prosseguimento ao trabalho.”

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