Redação Publicado em 29/12/2013, às 12h23
Os contos de Lorde sobre garrafas vazias e egos vazios no deserto suburbano poderiam ser transportados para qualquer outra cidade do planeta - incluindo Minneapolis há 30 anos. Então, não foi nenhuma surpresa quando ela arrebentou com a sua versão deste clássico de 1985 do Replacements. A estrela pop-rap de 17 anos desacelera a canção de Paul Westerberg sobre ficar velho e chato antes de entender o que está acontecendo e a transforma em um murmúrio que tem uma pegada assustadora de pavor adolescente.
"Agradeço a Deus por aqueles que, como Lou, agem de acordo com suas próprias leis, caso contrário, imagine o quão chato o mundo seria", disse Morrissey, quando o padrinho do punk morreu em outubro. Este cover do clássico de 1972 de Reed traz a reverência apropriada e permanece fiel ao legado de seu autor, agindo de acordo com as próprias leis e mudando partes da letra para se adequar às obsessões do próprio Moz. Mas temos certeza de que Lou teria odiado o âncora da BBC George Alagiah também.
A original do Pink Floyd, uma das faixas mais devastadoras do LP duplo The Wall, era um retrato fervente de Roger Waters da maneira como famílias podem nos estragar. A versão country de Natalie mantém o senso de raiva e traição de Waters e adiciona uma nova camada de empatia pela vilã que dá nome à canção. É uma leitura comovente de uma música que já era intensa o suficiente.
Wilco terminou a apresentação no festival Solid Sound com um set inteiro de covers baseado em pedidos que os fãs fizeram online – teve de tudo: Thin Lizzy, Stones, Pavement. Esta versão do hit de Daft Punk foi de parar o show. Wilco acertou no groove disco sem se esforçar e Jeff Tweedy foi fundo para encontrar em sua voz um falsete estilo Pharrell.
Os roqueiros galeses do Joanna Gruesome formam uma das bandas mais empolgantes de 2013, com um som barulhento feliz que lembra o melhor do indie rock do final dos anos 80. Essa versão do clássico de 1988 do Galaxie 500 traz à guitarra zen e sonhadora do Velvet Underground um caos e tormento extras. O momento principal é quando a banda para e a cantora Alanna McArdle solta um grito que soa como um cutelo atacando alguém em um filme de terror.
Nesta faixa da trilha sonora do O Grande Gatsby, Andre 3000 e Beyoncé transformam a música soul retrô de Amy Winehouse em uma jam interplanetária de hip-hop. Musicalmente, a única coisa qu ficou da original é a assombrosa linha de guitarra.
O mestre do Afrobeat certamente teria gostado deste destaque fascinante do álbum tributo de 2013 Red, Hot + Fela. Com a ajuda de Merrill Garbus, do Tuneyards, e de Brittany Howard, do Alabama Shakes, o My Morning Jacket executou fielmente a faixa lenta com seus 14 minutos de funk atmosférico e um toque de música ambiente do sul dos Estados Unidos. O vocal intercalado é impecável e a cadência mostra porque MMJ são os melhores massageadores do groove do planeta.
Originalmente gravada em 1990 pelo roqueiros fora-da-lei de Los Angeles do Havalinas, “High Hopes” é uma acusação contundente da classe trabalhadora com um groove forte. A versão de Springsteen, que é a também a faixa-título do seu próximo álbum, vai fundo na devoção desesperada enquanto toca uma das batidas mais quentes da história da E Street Band, parte jam de percussão caribenha, parte funk do carnaval de Nova Orleans.
O cara que algumas pessoas insistem em chamar de “Hootie” tem um dos maiores – e melhores – hits do ano com uma versão de uma faixa de Bob Dylan que já tem 40 anos. “Wagon Wheel" começou como uma música incompleta das sessões de Dylan em 1973 para a trilha sonora de Pat Garrett & Billy the Kid, tendo sido gravada como um sing-along imperfeito que os fãs batizaram como “Rock Me, Mama” quando foi lançado nos bootlegs. Este ano, Rucker se juntou à lista de artistas que fizeram uma versão da faixa, levando-a para o topo das paradas norte-americanas.
J. Mascis, do Dinosaur Jr., é conhecido por encobrir seu canto com o uivo ensurdecedor da guitarra. Mas ele também pode ser um ótimo performer acústico (vide o álbum solo dele de 2011 Several Shades of Why). Essa versão nua solo do hit do Mazzy Star de 1994 “Fade Into You” reduz a beleza da música à essência dela, o coração partido, cantando sem uma sombra de medo ou distanciamento.
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