Redação Publicado em 29/03/2016, às 13h19 - Atualizado às 15h23
Quando os Ramones lançaram o álbum homônimo de estreia, “Now I Wanna Sniff Some Glue” criou alguma polêmica. A banda quis repetir a dose com "Carbona Not Glue", que faz parte de Leave Home (1977). A canção sugeria de forma sarcástica que aspirar o solvente Carbona dava mais barato do que cheirar cola. Mas a faixa logo foi retirada do álbum, mas por um motivo diferente do esperado: os fabricantes do Carbona ameaçaram processar, já que o nome do produto era uma marca registrada e, segundo eles, teria sido usado sem a devida autorização. Quando o LP ganhou uma nova prensagem, “Babysitter" entrou no lugar da música.
Quando os Ramones entraram no estúdio para gravar Rocket To Russia (1977), o borderô havia aumentado ligeiramente. Os rapazes puderam esbanjar um pouco mais e gastar mais tempo em estúdio. “Slug” foi um das gravações demo realizadas naquele período. A canção escrita por Joey Ramone tinha uma pegada mais pop, e talvez por isto tenha sido arquivada. Mas o tema era esdrúxulo: uma lesma que incomodava o protagonista da canção em uma noite de verão. “Slug” foi finalmente revelada ao público na edição expandida de Rocket To Russia, lançada em 2001.
Joey Ramone sempre teve um amor especial por escrever canções com a sonoridade típica da metade dos anos 1960, período de que ele gostava muito. “Yea, Yea” (também conhecida como “Yeah, Yeah”) é uma das que mais se encaixam nesse padrão. Os Ramones gravaram a canção como demo em 1977, durante as sessões de Road to Ruin. Mas como a banda estava no pico da criatividade, “Yea Yea” foi considerada uma faixa de segunda linha. Assim, o quarteto a deixou de lado. A gravação demo foi apresentada pela primeira vez aos fãs na coletânea de raridades All the Stuff (And More!) Volume 2, lançada em 1990. Depois, ela integrou também a versão expandida de Road to Ruin, que saiu em 2001.
Lançado em 1983, o filme Get Crazy – na Zorra do Rock era, como dá para perceber pelo título, uma sátira ao mundo do rock. Malcom McDowell fazia um cantor narcisista à la Mick Jagger. Lou Reed e Howard Kaylan (The Turtles) também participaram da comédia. A trilha sonora era outra atração e os Ramones compareceram com esta faixa retrô e animada. O vinil de Get Crazy até hoje não recebeu lançamento digital. Uma versão alternativa da canção saiu como faixa-bônus da edição especial em CD de Pleasant Dreams, álbum dos Ramones lançado originalmente em 1981.
Os Ramones nunca esconderam que eram fãs dos Beach Boys e de surf music. Gostavam particularmente do som descompromissado praticado pelos rapazes no começo de carreira. Escrita por Brian Wilson e Mike Love, “Surfin’ Safari” foi gravada inicialmente pela banda como demo. Depois, quando foram contratados pela Capitol, eles regravaram a faixa, que foi lançada em junho de 1962 e se tornou o primeiro hit dos músicos. Os Ramones registraram a faixa de forma fiel, mas deram uma acelerada nela. O registro foi feito durante as sessões do álbum de covers Acid Eaters (1993). Ela ficou de fora da versão normal do disco, mas acabou inclusa nas edições japonesa e brasileira.
Lançado em 1984, Too Tough To Die ainda é um dos mais subestimados álbuns dos Ramones. Durante as sessões de gravação, o quarteto registrou essa versão energética para o clássico dos Rolling Stones, lançado originalmente em Beggars Banquet (1968). Naturalmente esta releitura não bate a original, anárquica e raivosa, dos Stones, mas ela não deixa de ser interessante. Joey Ramone se atrapalha um pouco com a letra discursiva, mas a parede de guitarras executada por Johnny já faz a experiência valer a pena. A gravação foi arquivada na época, mas quando Too Tough to Die ganhou uma edição expandida, em 2002, os fãs finalmente puderem ouvir a faixa.
O baterista Richard Reinhardt, mais conhecido como Ritchie Ramone, ficou com a banda de 1984 a 1987. Ele tocou em três álbuns: Too Tough to Die (1984), Animal Boy (1986) e Halfway to Sanity (1987). Para Animal Boy, ele preparou a divertida e ligeiramente burlesca “Somebody Put Something in My Drink”. O músico a escreveu depois de um incidente real, quando alguém colocou LSD no copo dele, com resultados não muito proveitosos. A faixa foi entrou para a trilha de Tal Pai, Tal Filho, comédia de 1987 estrelada por Dudley Moore.
Esta gravação feita durante as sessões de ¡Adiós Amigo! não tem nada a ver com o clássico de Lou Reed. Oficialmente, “Perfect Day” também permanece inédita até hoje. Marky Ramone certa vez comentou que a faixa realmente não tinha condições de ser lançada, já que não passava de um mero rascunho. Sem dúvida, ela soa incompleta e precisava ser melhor trabalhada, mas ainda assim tem potencial. Os power chords e os riffs criados por Johnny Ramone pegam na hora. Assim como nas faixas que de fato entraram no álbum, Joey canta de forma desacelerada, já que começava a enfrentar problemas de saúde.
O falecido Lemmy Kilmister, líder do Motörhead, sempre admitiu que uma das influências que teve foi o som punk criado pelo quarteto de Nova York. No álbum 1916, lançado em 1991, Lemmy criou este tributo explícito. Os Ramones adoraram a homenagem e ocasionalmente a tocavam ao vivo. Certa vez, até dividiram o microfone com Lemmy. A banda registrou a faixa em estúdio duas vezes: uma com C.J. Ramone no vocal – esta versão saiu como bônus de ¡Adiós Amigos! – e outra, um bônus de Greatest Hits Live, com Joey Ramone no vocal principal. A faixa também está no box Weird Tales of the Ramones.
O Dave Clark Five foi uma das bandas de maior êxito da Invasão Britânica dos anos 1960. “Any Way You Want It”, lançada em 1964, tornou-se um grande hit para o quinteto de Tottenham. A canção pesada e com uma batida bem marcada nunca foi esquecida. Em 1977, ela ganhou uma versão bem fiel por parte do Kiss – ela saiu no álbum Alive II. Em 1995, os Ramones a registraram durante as sessões de ¡Adiós Amigos! e ela foi inclusa como bônus de Greatest Hits Live. Também aparece na caixa Weird Tales of the Ramones. Essa foi a última música que os Ramones tocaram ao vivo. A faixa encerrou a apresentação que eles fizeram no dia 6 de agosto de 1996 no The Palace, em Los Angeles. Eddie Vedder esteve presente, na ocasião, quando subiu ao palco e, depois de tirar a máscara de Pinhead, dividiu os vocais com Joey Ramone.
Com Eddie Vedder
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