Os Novatos de Hell’s Kitchen

Elektra e Justiceiro deixam Demolidor ainda mais sombria e violenta na nova temporada

Lucas Breda

Publicado em 14/04/2016, às 01h51 - Atualizado às 02h08
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Demolidor (sentado) e Justiceiro em cena da segunda temporada. - Netflix

Eu tenho que ficar arrumada”, diz, simpática mas desconfortável, a atriz Elodie Yung, enquanto tem a maquiagem retocada antes de mais uma conversa sobre Elektra, heroína que ela estreia na segunda temporada da série Demolidor. A francesa não se sente à vontade mantendo a elegância injustamente exigida para uma mulher prestes a ser gravada em uma maratona de entrevistas.

Assim como Elektra, ela é atrevida e não esconde o que pensa. “Me perguntam se teve alguma ‘pressão’ por interpretar a Elektra, e acho que não senti isso”, diz. “Fiquei assustada pensando em fazer exatamente o que os roteiristas queriam. Mas não foi assim. Eles disseram: “Esta é a ‘bebê’, agora divirta-se com ela!” Elektra é só uma das novidades do novo ano de Demolidor, série da Marvel cujos novos episódios chegaram à Netflix no fim de março. Antiga paixão do protagonista Matt Murdock, ela volta à vida do advogado, exalando confiança com golpes ágeis e um desafiador sotaque europeu. Além dela, temos a chegada de outro personagem dos quadrinhos.

Vivido por Jon Bernthal, o Justiceiro (alter ego de Frank Castle) eleva o nível de violência e senso cego de justiça do bairro nova-iorquino de Hell’s Kitchen. Para Bernthal, entretanto, o sanguinolento Frank Castle não deve ser visto como vilão. “Ele é só um cara que passou por eventos severamente traumáticos”, justifica. “Perdeu a família, tem raiva, vergonha e uma missão pessoal: procurar e matar – da maneira mais brutal possível – as pessoas que assassinaram a família dele.”

O ator acredita que o formato de Demolidor (13 horas de trama) é uma vantagem para ele – o que se estende a Charlie Cox, que vive Murdock – honrar o personagem das HQs, que já foi retratado desastrosamente (pelo menos para os fãs) nas telonas. “É muito importante Frank não ser introduzido diretamente como o Justiceiro”, analisa Bernthal, ressaltando os flashbacks e a complexidade de como Castle é representado. “Justiça é um tema interessante: parece que todo mundo quer justiça, salvar o mundo.

Mas acho que o importante aqui é a justiça pessoal. E, quando é assim, torna-se algo que só importa a si mesmo. É por isso que esses personagens – como o Demolidor e o Justiceiro entram em conflito.”

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