Redação Publicado em 04/08/2017, às 15h48 - Atualizado às 16h05
A faixa que deu nome ao álbum de estreia de Melodia, lançado em 1973, era uma marca registrada dele – o artista acabou apelidado de Pérola Negra. Esta digressão romântica pontuada de dúvidas havia sido gravada um ano antes por Gal Costa no icônico Gal a Todo Vapor, disco que apresentou novos compositores, como o próprio Melodia. A gravação do autor tem um clima jazzy e também é indispensável.
Este samba melancólico que integra o álbum Pérola Negra ganhou inúmeras regravações. A versão de Maria Bethânia se tornou muito conhecida e até o veterano Nelson Gonçalves se arriscou a gravá-la. Mas ninguém cantou esta faixa melhor do que o próprio autor. Na voz dele estão embutidas todas as experiências de ter crescido no Morro do Estácio.
Com uma poesia por vezes indecifrável e melodia intrincada, esta outra faixa de Pérola Negra também foi muito regravada, ganhando versões de bastante gente, incluindo Caetano Veloso. “Magrelinha” estava sempre presente nas apresentações de Luiz Melodia e ele sempre achava um jeito diferente de interpretá-la.
Canção importante dentro da trajetória de Luiz Melodia, “Ébano” ganhou repercussão em 1975, quando se tornou finalista do Festival Abertura, da TV Globo. A faixa, com andamento funkeado, é mais um “alter ego sonoro” do autor.
Lançado em 1976, Maravilhas Contemporâneas foi o álbum que alavancou a carreira de Luiz Melodia. O grande destaque foi “Juventude Transviada”, que ganhou enorme exposição depois que entrou para a trilha da novela Pecado Capital, da Globo. A frase de abertura “Lava a roupa toda dia, que agonia” era repetida pelas pessoas nas ruas. A expressão “auxílio luxuoso” entrou para o jargão nacional. Cássia Eller e Melodia também gravaram a canção ao vivo.
Esta canção, que foi um hit de Robert Carlos na época da Jovem Guarda, foi escrita por Getúlio Cortes, que se baseou livremente em “Three Cool Cats”, de Jerry Leiber e Mike Stoller, canção gravada pelo The Coasters. Na voz de Melodia, a faixa ganhou uma outra dimensão – se tornou em uma reflexão cool sobre a condição de ser negro e viver no morro e em condições adversas.
Em 1991, Luiz Melodia gravou o álbum Pintando o Sete e fez uma releitura para esta composição de Cazuza, justamente um de seus discípulos mais conhecidos. Muitos consideram a interpretação de Melodia como a definitiva, superando até mesmo a do autor.
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