Paixão Versátil

Atiba jefferson, de 39 anos, vive o sonho de não conhecer a obrigação de permanecer em um emprego indesejado. “Não sei o que é ter um trabalho, me divirto com o que faço”, diz o norte-americano, não apenas uma referência na fotografia de skate mas também um nome requisitado nos universos da música e do basquete. Jefferson vem construindo uma relação extremamente afetiva com o que faz. “A sensação que tive ao fotografar o [Michael] Jordan foi a mesma de quando recebo um presente”, ele explica. A história da carreira de Jefferson é permeada por escolhas feitas quando ele ainda era bastante jovem. Natural de Colorado Springs, no estado do Colorado, Estados Unidos, comprou o primeiro skate aos 13 anos. Ele não imaginava, mas foi a partir daí que começou a se desenrolar sua trajetória no mercado. “Nunca pensei em ser fotógrafo profissional”, conta, “só fui perceber isso quando recebi um pagamento por imagens que tinha feito”. Jefferson começou documentando amigos andando de skate e, por influência do irmão, Ako, publicou suas primeiras imagens na revista The Skateboard Mag. “Quando notei que poderia viver disso e, além do mais, mostrar a minha perspectiva sobre as coisas que amo, resolvi me mudar para a Califórnia.” No principal polo skatista norte-americano, Jefferson, além de praticar o esporte, passou a de fato buscar o sustento através da fotografia, registrando skatistas de maneira ininterrupta. “Nunca tive a intenção de ser o melhor, de superar os concorrentes. Eu realmente gosto do que faço”, afirma, humildemente. Em Los Angeles, o alcance do fotógrafo foi, aos poucos, se ampliando. De maneira não oficial, Jefferson começou a clicar jogos do time de basquete Los Angeles Lakers. O material impressionou Andrew Bernstein, responsável por todas as imagens oficiais da equipe. O rapaz acabou, então, contratado para trabalhar como assistente do experiente Bernstein. Hoje, rostos célebres como os dos jogadores Kobe Bryant e LeBron James e dos rappers Lil’ Wayne, Nicki Minaj, Nas e Tyler, the Creator fazem parte do cotidiano de Atiba Jefferson. “O meu trabalho vem daquilo pelo que passei. Skate, basquete e hip-hop são coisas que se aprende na rua, te ensinam a ser rápido, atento, e isso é fundamental na fotografia que faço”, compara. “Tecnicamente, cada tipo de trabalho exige um posicionamento específico, um equipamento diferente, mas esses mundos têm muito mais semelhanças do que se imagina.”