Entenda a dinâmica do álbum do ex-titã, recheado de colaboração com nomes que vão de Erasmo Carlos a Mallu Magalhães
Lucas Brêda Publicado em 11/08/2017, às 14h47 - Atualizado às 17h06
Paulo Miklos agora está solo -- mas não sozinho. A Gente Mora no Agora, LP do ex-vocalista e guitarrista do Titãs, traz composições feitas em colaboração com nomes que vão de Erasmo Carlos a Mallu Magalhães, passando por Arnaldo Antunes, Nando Reis, Emicida, Russo Passapusso (BaianaSystem), Tim Bernardes (O Terno), Guilherme Arantes, Céu, Lurdez da Luz e Silva. Entenda a dinâmica do álbum neste guia faixa-a-faixa.
Por Lucas Brêda
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A letra é de Emicida, mas poderia ser de Miklos. Single, primeira faixa, núcleo conceitual e base para o título do LP: “Chorar é importante igual a sorrir.”
“Quando abrir a boca, fala mais de amor para a gente”, implora Miklos, que se arrisca nos falsetes neste samba cocomposto pelo líder do BaianaSystem. Remete a Paraíso da Miragem, disco solo de Passapusso de 2014.
Além de tocar bateria e produzir todas as faixas, Pupillo assina “Risco Azul”, espécie de bolero desacelerado, levado ao piano e temperado com batuques suavizados e cordas estridentes.
O emocionante “encontro” dos ex-Titãs é soturno, levado por violão dedilhado e orquestrações, representando a visão de Reis sobre morte, perda e ausência.
“Mandei a letra e falei: ‘Fica à vontade para mexer, se ela te inspirar’”, conta Miklos, que recebeu de Silva a versão musicada da poesia. Originalmente, a faixa era uma bossa, ao piano, mas com a intervenção de Pupillo ficou mais entusiasmada.
“Raio que parta o mentiroso”, Miklos canta em um dos versos da letra dele reescrita pelo Tremendão, nesta que é a canção mais “titânica” – roqueira e política – do registro.
“Só fiz a música quando soube da sua história”, disse Arantes ao parceiro. Balada ao piano, a faixa vira uma declaração pessoal na voz de Miklos.
Miklos ressignificou a canção enviada por Mallu ao assumir os vocais: “É um retrato da maneira masculina de pensar, o lado do homem de uma relação. Na voz dela, tinha uma ironia”, explica o ex-titã.
Céu novamente colaborando nesta composição, levada com curiosa delicadeza pela voz límpida de Miklos, historicamente conhecido pelos gritos e vocais agressivos.
Outro momento político do disco vem na poesia da rapper Lurdez da Luz, que fez a letra a partir da sugestão de tema fornecida por Miklos.
Primeira parceria com o vocalista e líder do Terno é bem literal no nome (um rock direto com refrão balançado) e traz algumas das melhores guitarras do disco, sendo outro momento roqueiro do ex-titã.
Apesar de ter dois titãs presentes, há zero de Titãs nesta faixa. Trata-se de um frevo/marchinha que saiu de um encontro entre os amigos, com Antunes colaborando pontualmente na letra. Os sopros dão o tom tropical.
Miklos é fã de Bernardes e a composição oferecida pelo vocalista d’O Terno, bastante adequada à voz do veterano, encerra o disco em tom firme e otimista.
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