O Diabo Mora Aqui une elementos típicos do terror norte-americano a lendas urbanas do Brasil
Gabriel Nunes
Publicado em 18/07/2016, às 08h44 - Atualizado às 08h47Um grupo de jovens em uma casa
mal-assombrada e isolada do resto
do mundo. Essa é uma das temáticas
mais empregadas e consolidadas nas
narrativas de fi lmes de terror desde
que Evil Dead (Uma Noite Alucinante:
A Morte do Demônio), do diretor e
roteirista Sam Raimi, estreou, há 35
anos. Bebendo direto dessa fonte,
o produtor Marcel Izidoro
revisita o enredo sob uma nova
perspectiva com o longa-metragem
O Diabo Mora Aqui, cuja estreia está prevista para 28 de julho.
“A ideia era fazer algo que pudesse
ser tanto universal quanto
brasileiro”, diz Dante Vescio,
que dirige o longa ao lado
de Rodrigo Gasparini.
Filmado ao longo de duas
semanas, O Diabo Mora Aqui
conta a história de
quatro jovens que
passam uma
temporada
em uma idílica
fazenda colonial em Amparo, interior paulista,
local marcado por uma mórbida
herança do período escravocrata.
“O fator histórico tem uma presença
bastante forte no fi lme. Ele aparece
o tempo todo sob a forma dos
fantasmas da escravidão, seja no
sentido literal, seja no fi gurado.”
Além de recorrer a uma época
nebulosa da nossa história
para construir o enredo,
a produção também se
apropria de algumas
lendas urbanas que
assombram o imaginário popular e de elementos
característicos de religiões afrobrasileiras,
como a quimbanda.
“Todos esses fundamentos estavam
presentes na nossa cabeça desde o
começo da elaboração da história do
fi lme”, explica Vescio. “Tentamos fazer
com que eles funcionassem por conta
própria, sem depender de citações
diretas às lendas e às religiões.”
Para o montador, Daniel Weber, outro
aspecto que diferencia O Diabo...
da maior parte das produções do
terror nacional é o distanciamento
em relação à estética explícita do
subgênero trash. “Nada contra o gore
e o trash, mas nossa proposta aqui era
a de fazer uma obra mais atmosférica
do que gráfica.”