Volta à infância: Sheryl Crow fala de seu novo CD e sobre cantar com Michael Jackson
Por Austin Scaggs Publicado em 17/11/2010, às 14h46
Sheryl passou a infância em Kenett, no estado norte-americano do Missouri, a cerca de 160 quilômetros do berço do rock e do soul - e a distância inspirou o título de seu novo álbum, 100 Miles from Memphis. O disco - sétimo de sua carreira - é uma homenagem à música soul que ela escutava nas radios de Memphis quando era pequena. "Essas músicas têm a ver com capturar emoções, com dizer o que existe no meu coração", diz Crow. "E elas me levam de volta para o tipo de música R&B que eu amo tanto." Com a ajuda de Keith Richards (que dá o ritmo em "Eye to Eye") e de um filho legítimo de Memphis, Justin Timberlake (ele canta em um cover de "Sign Your Name", de Terence Trent D'Arby), o disco lembra o som movido a metais da Stax and Hi Records.
Com que frequência você ia a Memphis quando era criança?
Uma vez por ano, nós nos amontoávamos na perua - que não tinha cinto de segurança - e íamos a Memphis para comer churrasco no [tradicional restaurante] Rendezvous e ver o Papai Noel na loja de departamentos Goldsmith's.
Mas você sempre conseguia ouvir rádios de Memphis?
É, nós sintonizávamos na maior estação de pop para escutar Journey e Foreigner, mas, à noite, escutávamos música soul. Eu sempre tive consciência da mística de Memphis.
Você gostava de dançar ou era daquelas que passavam a festa toda sentada, só olhando os outros?
Eu conhecia todas as danças legais, porque assistia a [os programas musicais de televisão] Soul Train e American Bandstand. Quando eu tinha 6 anos, minha mãe disse: "Você parece um Michael Jacksonzinho", e isso foi uma coisa bem esquisita.
Você fez um cover de "I Want You Back" no álbum novo. Chegou a cantar essa música com Michael quando fez turnê com ele?
Não, eu fiz dois duetos específicos com ele: "I Just Can't Stop Loving You" e "The Way You Make Me Feel". Havia algumas noites em que ele ficava alheio, mas em alguns shows ele me abraçava, bem apertado, e era estonteante. Não em um sentido sexual, mas por causa da energia metafísica que ele possuía. Minha lembrança preferida de Michael era vê-lo cantar "Human Nature" toda noite. Ele chorava, e aquelas lágrimas tinham ligação muitíssimo direta com as feridas que o levaram a se anestesiar.
Você se lembra da primeira vez que ouviu sua própria voz no rádio?
Era um jingle do McDonald's, cantando "I'm lovin' It" ["amo muito tudo isso"; risos]. Mas, quando ouvi "Leaving Las Vegas" pela primeira vez, estava dirigindo o meu Corvair todo velho em Beverly Hills, e ouvi no carro a meu lado. Eu segui aquele carro o máximo possível.
Keith Richards toca em "Eye to Eye". Nada mau.
E não é? Quando penso a respeito disso, fico molhadinha. Eu cresci adorando Linda Ronstadt e Stevie Nicks, mas, em segredo, sempre quis ser Keith.
Você acha que Justin Timberlake tem estofo para se tornar uma lenda?
As pessoas não fazem ideia do que esse cara é capaz de fazer - ele é um absurdo. Ele conhece música, desde Cole Porter até o momento presente. A gente se esbarrou em Los Angeles, onde ele estava produzindo uma balada supersofisticada para Jamie Foxx. A gente começou a conversar e ele disse: "Sabe, eu sou de Memphis", e simplesmente chegou lá e cantou.
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